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Mostrando postagens de setembro, 2024

Domingo é o dia do Senhor?

A Bíblia e a história da Igreja oferecem evidências que indicam que o domingo pode ser considerado o dia do Senhor. Em Apocalipse 1.11, lemos que João estava “em Espírito no dia do Senhor”, e muitos entendem que este dia era o domingo, dado que Cristo ressuscitou nesse dia. Enquanto os Adventistas defendem que o “dia do Senhor” se refere ao sábado, a tradição cristã primitiva adotou o domingo como o dia de culto, partilha do pão e lembrança da ressurreição de Cristo. Com o tempo, essa tradição se consolidou, contudo, é importante refletirmos sobre como aplicamos esse conceito de forma prática hoje. Muitas vezes, o domingo é tratado com um legalismo semelhante ao dos fariseus. São impostas restrições e criam-se leis humanas que acabam distorcendo o verdadeiro propósito do dia (da mesma forma que os Adventistas fazem em relação ao sábado). O dia do Senhor deve ser um tempo para nos lembrarmos da vitória de Cristo sobre a morte e da salvação que recebemos por meio de Sua ressurreição. Qua...

O autocuidado de Jesus

Mas as notícias a respeito de Jesus se espalhavam ainda mais e muita gente vinha para ouvi-lo e para ser curada das suas doenças, porém Jesus ia para lugares desertos e orava. Lucas 5.15,16 Nos evangelhos, conhecemos um Jesus ocupado. O Mestre prega, ensina, envia discípulos para evangelizar, come com pecadores, lê na sinagoga, cura enfermos e ressuscita mortos, Jesus fazia muitas coisas. Ele era solicitado por muitas pessoas, embora as multidões o buscassem para ouvir seus ensinamentos e serem curadas, se olharmos mais de perto veremos que Ele regularmente se retirava para lugares desertos a fim de orar. A atitude de Jesus nos conduz a uma compreensão equilibrada na discussão sobre o que é mais importante: o cuidado com os outros ou autocuidado. O equilíbrio entre servir aos outros e cuidar de nós mesmos é a melhor forma de viver uma espiritualidade cristã saudável. Atualmente, há muitos discursos acontecendo nas redes sociais, sobre como devemos viver e para quem devemos viver: se pa...

Buscando a harmonia com o planeta

Esses dias durante uma refeição, percebi que estava sentindo a comida, apesar de saborosa, meio insossa. Então, tomei um pouco de sal e acrescentei à comida, o que me fez sentir novamente o sabor e renovar a vontade de degustar aquele prato. Quando a comida está sem graça, é natural querermos ignorá-la, não nos sentimos atraídos por ela. Quem nunca remou durante uma refeição? O sal pode facilmente nos devolver o sabor e a vontade de saborear o alimento que antes parecia sem gosto. Jesus afirmou aos seus seguidores que eles são o sal da terra. Diante dessa experiência, me pergunto: que significado o ensino de Jesus pode trazer a cada um que o segue e é considerado por Ele como o sal da terra? Sempre ouvi as interpretações desse texto, compreendendo os cristãos como aqueles que dão sabor à terra. Porém, podemos refletir um pouco além e perceber o sal como aquele que nos atrai de volta ao alimento e nos leva a degustá-lo. Quando a comida está insossa, a vontade de comê-la diminui conside...

Cinco lições aprendidas a partir do trabalho com Capelania Hospitalar

Realizei o trabalho de Capelania Hospitalar no Hospital Universitário de Canoas nos anos de 2017 e 2018 e posso afirmar que, com certeza, haveria muito mais do que cinco lições para compartilhar. Contudo, a proposta deste texto é dividir o que considero meus cinco principais aprendizados, com o objetivo de dar uma noção sobre a experiência àqueles que têm curiosidade e nunca realizaram visitas hospitalares, e àqueles que têm o desejo de um dia trabalhar com assistência espiritual.                                             1. Ouvir as pessoas com escuta ativa Ouvir não consiste apenas em escutar, mas em compreender o que está sendo dito por meio da escuta ativa. Conduzimos a conversa procurando corresponder ao que foi compreendido através deste processo. Ouvir o que as pessoas realmente estão dizendo é um exercício que precisa ser praticado para tornar as interações mais empá...

Os perigos de uma espiritualidade cristã autossuficiente

Começo este texto buscando responder à pergunta: o que é ter uma espiritualidade cristã autossuficiente? Considero que uma espiritualidade cristã autossuficiente parte da ideia de que pode se sustentar e existir sem o auxílio de Cristo e de Sua graça. Muitos de nós compreendemos que fomos salvos pela graça, mas pensamos que, após sermos salvos, não precisamos mais da graça; passamos a viver a partir de nossa ética cristã pessoal, como se ela nos bastasse. Mas a verdade é que a natureza humana tende a buscar o caminho do orgulho e da autossuficiência, e, cá entre nós, é mais fácil. Depender da graça de Cristo envolve reconhecer o pecado presente em nossas vidas, o pecado que continua presente e continuará até o retorno de Jesus. Exige de cada um de nós uma vulnerabilidade que, por vezes, não temos, uma disposição em reconhecer o fato de que, apesar de já termos sido salvos, não estamos prontos. A expectativa lançada sobre nós é cada vez mais alta. Fazer parte do povo de Deus por anos co...