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Mostrando postagens de junho, 2023

Você mora em uma casa sagrada (e talvez não saiba)

Amigos, Por séculos, uma ideia muito antiga moldou a forma como pensamos em nós mesmos: a de que o nosso corpo é uma espécie de prisão para a nossa alma. O corpo seria mau, a fonte de nossos problemas e desejos; a alma, boa, a parte que realmente importa para Deus. Parece até fazer sentido, não é? Mas, então, o Evangelho chega e nos apresenta uma verdade muito mais radical, integrada e bonita. A mensagem cristã não é sobre Deus querer salvar apenas a nossa alma, como se Ele estivesse nos resgatando de uma masmorra de carne e osso. O plano de Deus é redimir a pessoa inteira . O apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios, é direto: o nosso corpo não é um acidente ou um inimigo. Ele foi feito “para o Senhor, e o Senhor para o corpo” . O problema do pecado não é que temos um corpo mau com um espírito bom. O problema do pecado é que ele nos corrompeu por inteiro — corpo e espírito. E a solução de Deus para isso é de tirar o fôlego. Paulo nos faz uma pergunta que deveria mudar a forma co...

A disciplina que nasce do amor

Hoje quero conversar com vocês sobre uma daquelas passagens que, às vezes, a gente prefere pular ao ler a Bíblia. É um texto do apóstolo Paulo que soa duro, quase o oposto do Jesus que come com pecadores e acolhe os marginalizados. Ele diz: “...não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer.” (1 Coríntios 5.11) Como podemos entender uma ordem como essa? A chave está em perceber a quem Paulo está se dirigindo e por quê . Primeiro, ele deixa claro que não somos chamados para sermos os juízes do mundo. “Deus julgará os de fora”, ele diz. Nossa tarefa não é policiar a moralidade de quem não conhece a Cristo. Mas, para com a nossa família na fé, a nossa responsabilidade é diferente. Somos chamados a ser guardiões do bem-estar e da integridade da nossa própria comunidade. E aqui precisamos fazer uma distinção crucial, com muito cuidado pastoral. Paulo não está falando de...

A perigosa mania de julgar o coração alheio

A gente vive cercado por julgamentos, não é mesmo? Somos avaliados e rotulados constantemente: pela roupa que vestimos, pelo jeito que falamos, pela nossa aparência. É um impulso quase automático em um mundo que parece ter sempre uma opinião formada sobre tudo e todos. Mas o que mais me preocupa, como pastor e irmão na fé, é quando essa mania de julgar se veste com uma linguagem espiritual e entra nos muros da igreja. Quantas vezes não ouvimos, em nossos círculos, frases ditas com a maior certeza do mundo? “Fulano saiu da nossa denominação, com certeza apostatou da fé.” Ou pior: “Só um pequeno grupo da igreja vai se salvar, só os que são realmente comprometidos.” Esses comentários, muitas vezes ditos sem má intenção, são julgamentos. São tentativas de impor nossa percepção limitada sobre a jornada espiritual de outra pessoa, sem a devida empatia e, o mais importante, sem o conhecimento que só Deus possui. É para corações como os nossos, tão rápidos em chegar a conclusões, que o apóst...

De quem você espera o aplauso?

Nós, cristãos, temos em nossas mãos a mensagem mais libertadora que o mundo já conheceu. O próprio Jesus nos prometeu: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). Mas, se formos honestos conosco mesmos, nós parecemos pessoas verdadeiramente livres? Muitas vezes, a resposta é não. Vivemos com medo do que os outros vão pensar. Hesitamos em testemunhar nossa fé, com receio de sermos chamados de “antiquados” ou “caretas”. Adaptamos nossa linguagem e nossas convicções para sermos aceitos. Professamos uma verdade que liberta, mas continuamos prisioneiros da necessidade de aprovação. Para entender a verdadeira liberdade, eu acredito que precisamos olhar para a caminhada muitas vezes solitária de Jesus. Ele era o homem mais livre que já pisou na terra. Livre da pressão dos líderes religiosos, livre das expectativas da multidão, livre para curar no sábado, para comer com pecadores e para falar a verdade, custe o que custar. De onde vinha essa liberdade inabalável? A respo...