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Mostrando postagens de setembro, 2022

Há um lugar para você na mesa

Eu não sei você, mas eu conheço bem o gosto amargo da exclusão. A sensação de estar do lado de fora, olhando para dentro. Aquele convite que não chegou, a roda de amigos que se fecha quando você se aproxima, a sensação de não pertencer. Seja na escola, no trabalho ou até mesmo na família, todos nós, em algum momento, já nos sentimos à margem. Nós, seres humanos, somos especialistas em criar muros, em definir quem é “de dentro” e quem é “de fora”. Vivemos em segregações, visíveis e invisíveis, que nos separam uns dos outros. E é por isso que a revelação de Deus em Jesus Cristo é tão revolucionária e consoladora. Porque ela nos apresenta um Deus que faz o exato oposto: Ele derruba muros. Um Deus que, como o apóstolo Pedro finalmente entendeu, “não faz acepção de pessoas” (Atos 10.34). Essa verdade ganha vida de forma espetacular em um encontro de Jesus na cidade de Cafarnaum. Imagine a cena. Jesus, o mestre judeu, é abordado pelo último homem de quem se esperaria uma atitude de fé: um ...

Fé e Razão: uma conversa, não uma briga

Amigos, Por séculos, uma grande batalha foi travada no campo das ideias: Fé versus Razão. De um lado, uma fé pintada como cega e irracional. Do outro, uma razão fria e cética. Somos constantemente pressionados a escolher um lado, como se para crer em Deus precisássemos desligar nosso cérebro, ou para pensar de forma lógica precisássemos abandonar a fé. Mas eu acredito que essa é uma falsa batalha. É verdade que a história tem suas cicatrizes. Houve tempos em que a Igreja, em nome da fé, agiu de forma autoritária e manipuladora, manchando a imagem do Evangelho. Em reação, vieram tempos, como o Iluminismo, em que a razão se colocou como a juíza de todas as coisas, tentando provar ou descartar Deus em um laboratório. Hoje, porém, muitos estudiosos reconhecem que Fé e Razão não são inimigas mortais, mas duas janelas diferentes para olharmos o mundo. Cada uma tem seu lugar, seu método e seu propósito. E na vida cristã, elas podem e devem caminhar juntas. A questão é: quem lidera a caminhada...

O que te move: a culpa ou a gratidão?

Amigos, Quero propor uma frase que, se a entendermos de verdade em nosso coração, pode virar nossa vida cristã de cabeça para baixo. É simples, mas revolucionária: Nós não fazemos coisas boas para sermos salvos; nós fazemos coisas boas porque já fomos salvos . Parece um mero jogo de palavras, mas a ordem aqui muda absolutamente tudo. Por muito tempo, e em muitos lugares, a fé cristã foi apresentada de forma invertida. A ideia era de que, através de nosso esforço, de nossa caridade, de nossas boas obras, nós poderíamos, de alguma forma, alcançar a salvação. Colocamos a carroça na frente dos bois. Mas a Reforma Protestante, ao nos chamar de volta às Escrituras, nos lembrou de uma verdade libertadora. Para entender por que essa ordem importa tanto, precisamos falar sobre os dois “motores” que a Bíblia nos apresenta: a Lei e o Evangelho. A Lei é como um espelho. Ela nos mostra a santidade de Deus e, ao mesmo tempo, a nossa sujeira. Ela nos aponta nosso pecado, nos diz o que deveríamos f...

Por que ninguém entendia o que Jesus falava?

Você já parou para pensar em como Jesus devia se sentir sozinho? E não me refiro apenas aos momentos em que Ele se retirava para orar nos montes. Falo de uma solidão mais profunda: a de estar cercado de gente, mas quase nunca ser verdadeiramente compreendido. Ao ler os evangelhos, uma das coisas que mais me tocam é perceber que os diálogos de Jesus parecem acontecer em duas frequências diferentes. É como se Ele falasse em FM, sintonizado na estação do Reino dos Céus,  enquanto todos ao seu redor estivessem presos no AM, sintonizados nas preocupações e na lógica deste mundo.       A razão para isso é que Jesus falava a partir de Sua essência divina. Sua perspectiva não era a de um homem que olhava para o céu, mas a do Céu que se fez homem e olhava para o mundo. E aqui está o que mais me impressiona: Ele nunca mudou de frequência para ser aceito. Pense em nós. Para conviver, para pertencer, para não criar atritos, quantas vezes nós não ajustamos nosso discurso? Vestimo...