Amigos,
Hoje, quero compartilhar com vocês uma dica de leitura um pouco diferente, uma daquelas que me fez um bem enorme nos últimos anos. Em 2022, comecei a ler os livros do monge sul-coreano Haemin Sunim, começando por “As coisas que você só vê quando desacelera”.
Os livros dele são como uma pausa, um convite para respirar fundo em meio à correria. Com capítulos curtos e pensamentos que nos convidam a enxergar a vida de maneira mais calma, ele nos ajuda a desconstruir nossas ansiedades e a perceber que, muitas vezes, o maior obstáculo à nossa paz não está no mundo lá fora, mas dentro de nós mesmos.
E eu sei o que alguns de vocês podem estar pensando: “Mas, Marlon, você, um teólogo cristão, recomendando os escritos de um monge budista?”
É uma pergunta justa e muito importante. E a minha resposta está em um princípio que o apóstolo Paulo nos ensinou e que eu levo como um guia para a vida:
“Examinai todas as coisas, retende o que é bom. Abstende-vos de toda forma de mal.” (1 Tessalonicenses 5.21-22)
Eu creio que a nossa fé em Cristo não é uma bolha frágil que se quebra ao entrar em contato com o mundo. Pelo contrário, ela é uma lente robusta, a nossa “pedra de toque”, através da qual podemos examinar todas as coisas com segurança e discernimento.
O que eu encontrei nos escritos de Sunim não foi um novo evangelho, mas sim uma sabedoria prática que, em muitos pontos, ecoa a beleza de verdades que já estão na nossa fé. Quantas vezes Jesus não nos chamou a não andarmos ansiosos? Quantas vezes os Salmos não nos convidam a aquietar a alma e a encontrar a paz?
Ler Sunim, para mim, foi um exercício de reter o que é bom. Suas reflexões sobre a imperfeição, sobre a necessidade de nos perdoarmos e sobre encontrar a calma no meio do caos me ajudaram a colocar em prática, de uma forma nova, o chamado cristão à paz interior.
Por isso, posso dizer com tranquilidade: a leitura me fez bem. Não enfraqueceu minha fé, mas me deu novas ferramentas para pensar sobre a vida interior.
Fica aqui, então, não apenas a recomendação de dois livros, mas um convite a uma postura: a de ler o mundo com a Bíblia em uma mão e o coração aberto na outra, sempre confiando no Espírito Santo para nos dar o discernimento de reter tudo aquilo que é bom, verdadeiro e que nos aproxima da paz.
Com carinho,
Marlon Anezi
E você? Já teve uma experiência enriquecedora ao ler algo de fora da tradição cristã? Como você pratica o “examinai tudo”? Adoraria ler sua história nos comentários.
Comentários
Postar um comentário