Amigos,
Hoje de manhã, eu estava ouvindo uma música antiga, uma daquelas que fazem parte da trilha sonora da vida. A canção era “Cry for Help”, do cantor britânico Rick Astley. Já a ouvi centenas de vezes. Mas, desta vez, enquanto a legenda passava na tela, a letra me atingiu de uma forma diferente.
E, de repente, uma canção pop de 1991 se tornou um sermão poderoso para o meu coração.
A música começa com perguntas que todos nós carregamos, ainda que em silêncio:
“Por que devemos esconder as emoções? Por que nunca devemos desabar e chorar?”
Vivemos em uma cultura que muitas vezes nos ensina a engolir a dor, a manter a compostura, a sermos fortes a todo custo. E, por isso, nós deixamos de pedir ajuda. Temos medo. Medo de sermos expostos. Medo de virarmos assunto na boca dos outros. Medo de não sermos compreendidos e de recebermos um conselho superficial em vez de um abraço acolhedor.
E então, a música explode em um refrão que é um grito da alma humana:
“Tudo que eu preciso é gritar por socorro Alguém, por favor, me ouça clamar por ajuda”
Mas a beleza da canção é que ela não para aí. Ela vira a câmera e fala também para quem está de fora, para quem pode ser esse “alguém” que ouve. Ela nos dá as palavras que deveríamos dizer a quem está sofrendo:
“Não precisa se sentir envergonhado Liberte a dor, grite por ajuda”
Essa mensagem, de 1991, soa incrivelmente atual, especialmente agora, neste fim de Setembro Amarelo, o mês que dedicamos à conscientização sobre a prevenção do suicídio. A mensagem central da campanha é justamente esta: quebrar o silêncio.
O convite que essa velha canção nos faz hoje, portanto, é duplo.
Para você que está sofrendo em silêncio: por favor, ouça. Você não precisa se sentir envergonhado. Sua dor é válida. Gritar por ajuda não é sinal de fraqueza, mas de uma coragem imensa. Fale com alguém. Procure um amigo, um familiar, um pastor, um profissional. Você não está sozinho.
E para você que está bem: sejamos nós o “alguém” que ouve o grito. Que nossos ouvidos sejam sintonizados para a dor que se esconde por trás de um sorriso, e que nossos braços estejam prontos para acolher, e não para julgar.
Que possamos ser uma comunidade onde “gritar por ajuda” não seja um ato de vergonha, mas um corajoso e necessário passo em direção à cura.
Com carinho e oração,
Marlon Anezi
Deixo aqui a música para você ouvir, talvez com novos ouvidos. Permita-se refletir.
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