Quando você ouve a palavra “luterano”, o que vem à sua mente? Nem sempre é fácil explicar quem somos, especialmente em um cenário religioso tão diverso e, às vezes, confuso como o atual. Por isso, vale a pena refletir com mais clareza sobre a identidade dos cristãos luteranos.
Somos reformistas, não reformados
A tradição luterana nasceu no contexto da Reforma do século XVI, mas não se confunde com o movimento reformado, como o calvinismo, por exemplo. Com Lutero se iniciou uma reforma dentro da Igreja, com foco na centralidade da graça e da fé — e não na criação de uma nova teologia sistemática como fizeram outros reformadores.
Somos evangélicos, não “evangelicais”
Sim, cremos no Evangelho — por isso, somos evangélicos. Mas evitamos nos alinhar com o termo “evangelicalismo” como ele é usado em alguns contextos hoje, especialmente quando está associado a posturas políticas ou ideológicas radicais.
Somos protestantes, mas não radicais
Lutamos (e ainda lutamos) por uma fé autêntica, bíblica e centrada em Cristo. Mas não adotamos atitudes extremistas como as de Andreas Carlstadt, um contemporâneo de Lutero conhecido por ações impensadas e desmedidas durante a Reforma.
Somos católicos, mas não romanos
Sim, você leu certo: somos católicos — no sentido original da palavra: universais. Fazemos parte da Igreja cristã espalhada pelo mundo, unida por uma só fé, fundamentada na Palavra de Deus e conduzida pelo Espírito Santo. Não pertencemos à Igreja Católica Apostólica Romana, mas compartilhamos da fé apostólica, transmitida desde o Pentecostes até hoje.
Somos herdeiros da fé cristã histórica
A tradição luterana se vê como herdeira da fé dos apóstolos e dos cristãos de todas as épocas que confessaram, com coragem e devoção, o nome de Jesus. Fazemos parte dessa grande nuvem de testemunhas que continuam, século após século, a seguir o Cristo vivo.
Por Marlon Anezi
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