Somos Reformistas, mas não revolucionários. Nossa história nasce, sim, com a Reforma Protestante. Mas a intenção de Lutero nunca foi começar uma “nova igreja” do zero. A ideia não era uma revolução, mas uma reforma: chamar a nossa antiga e amada Igreja de volta ao seu tesouro mais precioso — a certeza de que somos salvos unicamente pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo.
Somos Evangélicos, no sentido original. A palavra “evangélico” é linda. Significa, simplesmente, ser centrado no Evangelho. E nós somos isso, com todo o nosso coração! Mas, nos nossos dias, o termo “evangélico” muitas vezes virou um rótulo cultural ou político, e, para ser sincero, nem sempre nos reconhecemos nesse rótulo. Por isso, preferimos voltar à raiz: a Boa-Nova de Cristo é o centro de tudo o que cremos e vivemos.
Somos Protestantes, mas com serenidade. “Protestar” hoje soa como algo raivoso. Mas a origem da palavra é pro-testari, que significa “testemunhar a favor de”. Nosso protesto é, na verdade, um grande e firme “sim”! Um sim à autoridade da Bíblia. Um sim à suficiência do sacrifício de Cristo. Não nos identificamos com radicalismos que quebram e destroem, mas com a firmeza serena que busca construir tudo sobre a Rocha.
Somos Católicos, mas não romanos. Agora, a minha parte favorita, e a que talvez mais cause surpresa: nós nos consideramos católicos.
Sim, você leu certo. Não, não somos ligados ao Vaticano ou ao Papa. Somos católicos no sentido original e mais bonito da palavra: universal. Cremos que fazemos parte da única e santa Igreja Cristã, o corpo de Cristo espalhado por todos os tempos e lugares, unido por uma só fé no Deus Trino. Não somos romanos, mas compartilhamos com alegria da fé apostólica, o mesmo tesouro entregue pelos apóstolos no Pentecostes e passado de geração em geração.
No fim, tudo isso se resume a uma coisa: nós nos vemos como herdeiros.
Não somos uma invenção do século XVI. Somos apenas um ramo de uma árvore muito antiga e muito bonita. Somos herdeiros da fé dos apóstolos, dos pais da igreja e de todos os cristãos que, ao longo dos séculos, confessaram o nome de Jesus. Fazemos parte daquela “grande nuvem de testemunhas” que continua, hoje, a seguir o Cristo vivo.
Espero que esta pequena carta tenha ajudado a pintar um quadro mais claro e, quem sabe, mais acolhedor da nossa identidade.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta carta te ajudou a entender um pouco mais sobre nós, fico muito feliz! E eu adoraria saber, com toda a curiosidade, nos comentários: qual dessas definições mais te surpreendeu?
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