Nesta Sexta-feira Santa, enquanto o silêncio e a reflexão tomam conta do dia, meu coração se volta para a cruz. E ali, olhando para o Cristo crucificado, eu me pergunto: quem é este homem?
A fé cristã nos ensina um mistério profundo: Jesus era 100% Deus e 100% homem. Não uma mistura, mas a plenitude de ambos. E hoje, quero pensar com você sobre essa segunda parte. Jesus foi o único "homem de verdade" que já pisou nesta terra — Aquele que viveu a humanidade como ela foi originalmente criada para ser, em perfeita sintonia com a vontade do Pai.
Mas isso cria um paradoxo desconcertante quando olhamos para os nossos dias.
Vamos ser sinceros: o que o mundo hoje nos diz que é ser um “homem de verdade”? A sociedade nos entrega um checklist: é preciso ter um carro, uma casa própria (ou pelo menos o sonho dela), um emprego estável com um bom salário, uma postura firme, a capacidade de prover segurança e estabilidade.
E quantas vezes nós, homens e mulheres, não corremos exaustos atrás desse checklist, acreditando que ele define o nosso valor?
E então eu olho para Jesus. E, segundo essa régua, Ele foi um fracasso retumbante.
Ele não tinha casa para reclinar a cabeça. Não tinha um emprego fixo. Vivia da hospitalidade de amigos. Suas posses cabiam em uma única túnica. Ele não se encaixava em nenhum dos padrões de sucesso que tanto valorizamos.
E, no entanto, Ele era o Homem Perfeito.
Isso nos força a fazer uma pergunta radical: afinal, o que é ser um verdadeiro homem, uma verdadeira mulher?
Talvez a resposta não esteja no que temos, mas em quem somos. A vida de Cristo nos mostra que ser plenamente humano não é sobre corresponder aos padrões do mundo, mas sobre uma coisa muito mais significativa: fazer a vontade de Deus aqui na terra.
Ser um homem ou um ser humano de verdade é sobre viver com um propósito que transcende o acúmulo de bens. É sobre encontrar força não na autossuficiência, mas na dependência do Pai. É sobre cultivar um caráter íntegro, ser gentil, ético e, sim, sensível.
Jesus é o nosso Salvador, que nos resgata de nossos pecados. Mas Ele é também o nosso Norte, o modelo que nos ensina a viver bem, a viver de verdade. Nós nunca alcançaremos a perfeição d’Ele, é claro. Mas a vida d’Ele reorienta as nossas ambições.
E nesta Sexta-feira Santa, ao lembrarmos de Sua entrega total na cruz, somos convidados a uma entrega semelhante. A entrega do nosso checklist, das nossas ambições, das pressões do mundo. Um convite para, como Ele, nos rendermos à vontade do Pai, permitindo que Ele nos molde naquilo que fomos verdadeiramente criados para ser.
Que essa seja a nossa reflexão hoje.
Um grande abraço e uma abençoada Páscoa para você e sua família!
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te tocou, salve-a para ler novamente. E eu adoraria saber nos comentários: qual padrão do mundo é mais difícil para você ignorar ao tentar seguir o exemplo de Cristo?
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