Preciso confessar algo que já pesou no meu coração. Por um tempo, eu me vi preso em uma busca sutil por segurança, acreditando que ter encontrado a igreja "certa" ou a doutrina "perfeita" me colocava em um lugar de maior aprovação diante de Deus. É uma armadilha que se disfarça de zelo, mas que, no fundo, revela o nosso medo.
Eu já senti a pressão, e talvez eu mesmo já tenha pressionado outros, a crer que só existe um lugar, um grupo, um único caminho "correto". A verdade é que esse tipo de pensamento, que afirma que uma única igreja ou denominação detém o monopólio da salvação, é uma das coisas mais perigosas que podem acontecer na nossa caminhada. Eu percebi que, quando fazemos isso, desviamos sutilmente o nosso olhar de Cristo e o colocamos sobre uma instituição humana, correndo o risco de praticar uma idolatria institucional.
O que realmente começou a mudar minha perspectiva foi olhar para o próprio Jesus. Fui confrontado pela passagem em Marcos, capítulo 9, onde os discípulos tentam impedir alguém de fazer milagres em nome de Cristo, simplesmente porque "ele não era do nosso grupo". A resposta de Jesus foi um bálsamo para minha alma e um abalo nas minhas certezas: "Quem não é contra nós, é por nós." (Mc 9.40).
Naquele momento, eu entendi: o Reino de Deus é infinitamente maior que as paredes da minha igreja. Jesus estava me ensinando que o que realmente importa não é a filiação a um grupo específico, mas a fé genuína que age em nome d'Ele.
A partir daí, comecei a notar os sinais. Ambientes que usam o medo para controlar, que distorcem as Escrituras para provar sua exclusividade e que rejeitam qualquer um que pense diferente, não promovem o Evangelho. Pelo contrário, geram culpa e afastam as pessoas da liberdade que Cristo nos oferece.
Talvez eu e você precisemos nos lembrar todos os dias de uma verdade libertadora: a salvação não está em uma placa de igreja. A salvação está em uma Pessoa: Jesus Cristo. A verdadeira Igreja é invisível, composta por todos aqueles que têm fé genuína n'Ele, onde quer que estejam. Afinal, como a Escritura nos tranquiliza, "O Senhor conhece os que são seus." (2Tm 2.19). Não cabe a mim ou a qualquer instituição fazer essa separação.
Se você já se sentiu preso ou julgado por discursos assim, eu entendo a sua dor. O Evangelho é, e sempre será, uma boa notícia de amor, liberdade e vida. Nunca de medo e controle. Se essa mensagem trouxe paz ao seu coração, compartilhe com alguém que também precise ouvir isso.
Por Marlon Anezi
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