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Mostrando postagens de abril, 2025

Deus não tem uma placa de igreja favorita

Preciso confessar algo que já pesou no meu coração. Por um tempo, eu me vi preso em uma busca sutil por segurança, acreditando que ter encontrado a igreja "certa" ou a doutrina "perfeita" me colocava em um lugar de maior aprovação diante de Deus. É uma armadilha que se disfarça de zelo, mas que, no fundo, revela o nosso medo. Eu já senti a pressão, e talvez eu mesmo já tenha pressionado outros, a crer que só existe um lugar, um grupo, um único caminho "correto". A verdade é que esse tipo de pensamento, que afirma que uma única igreja ou denominação detém o monopólio da salvação, é uma das coisas mais perigosas que podem acontecer na nossa caminhada. Eu percebi que, quando fazemos isso, desviamos sutilmente o nosso olhar de Cristo e o colocamos sobre uma instituição humana, correndo o risco de praticar uma idolatria institucional. O que realmente começou a mudar minha perspectiva foi olhar para o próprio Jesus. Fui confrontado pela passagem em Marcos, capít...

Uma notícia especial para quem tem sede

Queridos amigos e leitores, Hoje, eu quero compartilhar com vocês uma alegria muito pessoal. Nas últimas semanas, estive mergulhado em um trabalho que me é muito caro: a preparação da nova edição do meu livro, O Convite . E agora, com imensa gratidão, posso anunciar que a 5ª edição está entre nós. Este livro nasceu em 2020, a partir de uma inquietação que eu sei que muitos de nós compartilhamos: aquela sede profunda na alma. Uma sede de sentido, de esperança, de descanso, de paz. Uma busca que, muitas vezes, nos deixa cansados e frustrados. A proposta d'O Convite sempre foi simples: apontar para Jesus como a única fonte de água que pode, de fato, saciar essa sede. De lá para cá, a cada nova edição, busquei aprimorar a forma de apresentar essa mensagem. E acredito que, nesta 5ª edição, chegamos a um resultado que reflete bem essa jornada de amadurecimento. Para quem já conhece o livro, quero contar o que há de novo. E para quem não conhece, esta é uma ótima oportunidade. O livro ago...

O homem que não tinha nada e era tudo

Nesta Sexta-feira Santa, enquanto o silêncio e a reflexão tomam conta do dia, meu coração se volta para a cruz. E ali, olhando para o Cristo crucificado, eu me pergunto: quem é este homem? A fé cristã nos ensina um mistério profundo: Jesus era 100% Deus e 100% homem. Não uma mistura, mas a plenitude de ambos. E hoje, quero pensar com você sobre essa segunda parte. Jesus foi o único "homem de verdade" que já pisou nesta terra — Aquele que viveu a humanidade como ela foi originalmente criada para ser, em perfeita sintonia com a vontade do Pai. Mas isso cria um paradoxo desconcertante quando olhamos para os nossos dias. Vamos ser sinceros: o que o mundo hoje nos diz que é ser um “homem de verdade”? A sociedade nos entrega um checklist : é preciso ter um carro, uma casa própria (ou pelo menos o sonho dela), um emprego estável com um bom salário, uma postura firme, a capacidade de prover segurança e estabilidade. E quantas vezes nós, homens e mulheres, não corremos exaustos atrás...

Para além das ruas de ouro

Amigos, Feche os olhos por um instante e pense no Paraíso. O que vem à sua mente? Para muitos de nós, a imaginação corre para lugares conhecidos: ruas pavimentadas de ouro, portões de pérola, anjos tocando harpas em jardins exuberantes. São imagens lindas, que nos acompanham desde a infância e que tentam dar forma a uma esperança que mal cabe em nosso peito. Mas, e se eu te dissesse que tudo isso são apenas símbolos, ecos distantes de uma realidade infinitamente mais gloriosa? O grande escritor cristão C.S. Lewis, com sua sabedoria profunda, nos oferece uma chave para entender isso. Ele nos lembra que essas imagens não são fotografias do que está por vir, mas sim poemas. São as melhores tentativas da nossa linguagem humana e limitada de descrever o que é, em sua essência, indescritível. Lewis nos dá uma analogia que eu acho perfeita: a música. Pense em uma canção que já te arrepiou a alma. Uma melodia que te trouxe uma alegria ou uma saudade tão profunda que você não conseguiu explicar...