Lembro-me da primeira vez que entrei em uma sala de aula como aluno de Teologia. Eu achava que sairia dali com respostas prontas, com mais conhecimento para pregar sermões profundos, cheios de lei e doutrina. O que eu não esperava era que a Teologia me ensinaria algo muito maior: a olhar para as pessoas antes de olhar para os textos.
Antes, quando eu assistia a um culto, minha mente analisava o que estava sendo dito com um olhar crítico. Muitas vezes pensava: “Esse pregador deveria ter sido mais firme nesse ponto”. Mas com o tempo, minha visão mudou. Hoje, o que mais passa pela minha cabeça é o oposto: “Será que ele poderia ter pegado mais leve? Será que essa mensagem foi transmitida com graça?”
A teologia me fez perceber que a vida cristã não se sustenta no peso das regras, mas sim na misericórdia de Deus. A salvação não é sobre o que devemos fazer (lei), mas sobre o que recebemos pela graça (evangelho).
Esse aprendizado se fortaleceu ainda mais quando estive no Hospital Universitário da ULBRA. Visitando enfermos, orando por eles, ouvindo suas histórias, percebi que a Teologia não é apenas um estudo sobre Deus, mas um estudo sobre Deus e as pessoas. E, para lidar com pessoas, não basta conhecer doutrinas — é preciso desenvolver empatia, graça e sabedoria.
Antes da Teologia, eu lia as Escrituras de forma rígida. Eu não enxergava certas nuances, não considerava o contexto histórico e cultural. Mas a verdade é que a Bíblia não foi escrita para ser usada como uma pedra de tropeço, e sim para revelar Cristo e sua graça.
Claro, existem teólogos que terminam seus estudos tão legalistas quanto entraram. Mas para mim, o maior aprendizado não foi apenas acadêmico. Foi humano. Hoje, quando falo sobre fé, tento tornar o evangelho acessível, não pesado.
Por Marlon Anezi
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