Talvez você também já tenha recebido um vídeo no WhatsApp ou visto um post alarmante sobre a “Agenda 2030”. Tenho ouvido com frequência uma preocupação crescente entre cristãos, ligando este plano da ONU a uma contagem regressiva para o fim dos tempos e a volta de Jesus.
A conversa geralmente é cheia de ansiedade e especulação. Mas, quando abrimos as Escrituras, será que essa interpretação se sustenta? Vamos pensar juntos sobre isso, com calma e à luz da Palavra.
Primeiro, é bom lembrar que a nossa geração não é a primeira a achar que o fim está “logo ali”. Ao longo da história da Igreja, muitos eventos foram apontados como o “início do fim”: a Primeira Guerra Mundial, a criação da ONU em 1945, a Guerra Fria, a virada do milênio, pandemias... A cada grande crise global, surge a tentação de pegar o calendário e tentar decifrar os planos secretos de Deus.
E é aqui que a Bíblia nos surpreende e acalma o nosso coração.
Segundo os apóstolos, os “últimos dias” não começaram com um plano político recente. Eles começaram com a vinda de Jesus. O apóstolo João, escrevendo sua primeira carta, é direto: “Filhinhos, esta é a última hora” (1 João 2.18). O autor de Hebreus diz que Deus nos falou nestes “últimos dias” por meio do Filho (Hebreus 1.1-2).
O que isso significa? Significa que, do ponto de vista bíblico, já estamos vivendo na era final da história há dois mil anos. Desde a primeira vinda de Cristo, a Igreja vive em um tempo de expectativa, aguardando a qualquer momento a Sua segunda vinda.
Isso muda tudo. Se já estamos na “última hora”, então Jesus pode voltar a qualquer momento — inclusive muito antes de 2030.
Qualquer tentativa de marcar uma data no calendário vai contra o ensino claro do próprio Jesus: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24.36).
Tentar decifrar uma contagem regressiva em eventos políticos, como a Agenda 2030, nos coloca em um lugar perigoso. Gera um medo desnecessário, nos distrai da nossa verdadeira missão e, no fim das contas, não tem base bíblica.
Então, o que fazemos? Entramos em pânico? Ignoramos o que acontece no mundo? Não. Jesus nos dá a resposta: “Vigiem” (Mateus 24.42).
Vigiar não é viver com medo, olhando para o céu a cada notícia do jornal. Vigiar é viver em um estado de prontidão espiritual. É amar a Deus e ao próximo hoje. É compartilhar o Evangelho hoje. É viver de forma sóbria e fiel, sabendo que nossa esperança não está na ausência de crises políticas, mas na promessa da volta do nosso Rei.
A Agenda 2030 é um plano político, mais um evento na longa história humana. O nosso foco não deve estar nela, mas n'Aquele que é o Senhor da história.
Ele pode voltar hoje à noite. Ou daqui a cem anos. A nossa tarefa não é adivinhar a data, mas estarmos prontos para o encontro, com as lâmpadas acesas.
Com carinho,
Marlon Anezi
E você, como tem lidado com essas notícias? Como podemos, como igreja, vigiar com discernimento sem cair no alarmismo? Adoraria ler sua opinião nos comentários.
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