Já reparou como, mesmo diante de argumentos bem embasados, informações superficiais acabam roubando a cena e conquistando a atenção das pessoas? Muitas vezes, vejo pessoas preferindo acreditar em vídeos ou conteúdos de internet, criados por quem não tem experiência ou conhecimento no assunto, enquanto deixam de lado os estudos de especialistas que dedicaram anos de suas vidas a investigar aquele tema com profundidade.
Essa dinâmica pode ser explicada, em parte, pelo efeito Dunning-Kruger. Esse fenômeno acontece quando aqueles com pouco conhecimento tendem a superestimar suas próprias capacidades. Em outras palavras, quanto menos alguém sabe, mais confiante tende a ser em suas opiniões. Por outro lado, aqueles que se dedicam ao estudo de um assunto com seriedade tendem a reconhecer as nuances e desafios que um assunto pode ter. Isso frequentemente resulta em uma postura mais humilde e reflexiva em relação ao próprio conhecimento. Esse contraste, infelizmente, pode levar a situações em que vozes experientes são ignoradas e abordagens mais simplistas ou que apelam ao emocional são aplaudidas, especialmente no ambiente das redes sociais.
Outro ponto que agrava esse cenário é o viés de confirmação. Esse nos leva a buscar informações que reforcem aquilo que já acreditamos, enquanto ignoramos ou descartamos dados que desafiem nossas crenças. Mesmo quando há evidências sólidas e argumentos bem construídos, muitos ainda preferem se apegar àquilo que é mais confortável ou alinhado às suas pressuposições. Confesso que isso pode ser frustrante, principalmente para quem dedica tempo e esforço ao estudo. Mas algo que tenho aprendido é que o valor do conhecimento não está condicionado ao reconhecimento imediato. O que é verdadeiro e bem fundamentado permanece, mesmo quando é subestimado pelas grandes massas.
Num mundo onde a desinformação circula tão rapidamente, cabe a nós, que valorizamos o diálogo e a construção de pontes, continuar compartilhando informações com clareza, humildade e paciência. O desafio é grande, mas o impacto positivo que podemos gerar é maior ainda.
Por Marlon Anezi
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