Amigos,
Assisti recentemente ao filme “Harriet” e, para ser sincero, ele me inspirou profundamente. É a história real de Harriet Tubman, uma mulher negra que nasceu escravizada nos Estados Unidos e que, sustentada por uma fé inabalável em Deus, se recusou a aceitar a escravidão como seu destino. Após conquistar a própria liberdade, ela voltou inúmeras vezes ao território inimigo para se tornar um canal da libertação de Deus para centenas de outras pessoas.
A história de Harriet nos mostra, de forma visceral, que o racismo e a escravidão não são apenas “problemas sociais”. São uma afronta direta contra o coração do Criador.
É a negação da imagem de Deus no outro. É pegar uma pessoa, por quem Cristo morreria, e tratá-la como uma coisa, uma propriedade. Teologicamente, o racismo é um pecado profundo, pois rejeita a verdade fundamental do Evangelho de que, em Cristo, somos todos um.
E o que mais me inspira em Harriet é que a sua fé não era um sentimento passivo guardado para o culto de domingo. Era uma força ativa, corajosa e perigosa. Ela não apenas orava pela libertação; ela se tornou a resposta à oração de muitos. Ela viveu, com risco da própria vida, o mandamento radical de “amar o próximo como a si mesmo”. Sua fé não a levou a se retirar de um mundo perigoso, mas a mergulhar nele para transformá-lo.
A coragem de Harriet nascia de sua convicção de que ela servia a um Deus de justiça, que ouve o clamor dos oprimidos e age para libertar os cativos. A própria missão de Jesus, ao inaugurar seu ministério, foi anunciada com as palavras do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para proclamar libertação aos cativos...” (Lucas 4:18). Harriet compreendeu e encarnou essa missão de forma radical.
E, ao nos aproximarmos do Dia da Consciência Negra, a vida de Harriet Tubman se torna um espelho que nos confronta. A história dela nos força a fazer uma pergunta honesta: a nossa fé, hoje, é uma força que luta ativamente contra a injustiça do racismo? Ou nos contentamos com uma piedade privada, que condena o racismo em teoria, mas não se move para a ação concreta em favor da dignidade de cada pessoa?
O exemplo de Harriet nos lembra que a fé verdadeira sempre tem consequências práticas. Ela nos chama a reexaminar nossas atitudes, nossas piadas, nosso silêncio e nossas omissões, para que a mensagem de um Cristo que derruba muros se manifeste em atos concretos de justiça, amor e respeito por todos.
Com carinho e em oração por um mundo mais justo,
Marlon Anezi
Se a história de Harriet Tubman te inspirou, salve esta reflexão. E para aprofundarmos essa conversa tão importante, quero te fazer um convite para a nossa live sobre o assunto.
Assista logo abaixo:
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