Amigos,
Revi recentemente um filme de comédia que, no fundo, é uma das tragédias mais realistas do nosso tempo: “Click”. A história é sobre Michael, um arquiteto que, na ânsia de acelerar suas promoções no trabalho, recebe um controle remoto mágico que lhe permite “avançar” os momentos “chatos” da vida: jantares em família, conversas com a esposa, brincadeiras com os filhos. O resultado é desolador: ele chega ao topo da carreira, mas descobre que perdeu a vida no processo.
A história de Michael é o retrato da nossa época, uma época que fez do trabalho a sua nova religião e do sucesso profissional o seu principal artigo de fé.
Somos bombardeados pelos gurus da internet com a pergunta: “Qual é o seu propósito?”. E, embora bem-intencionada, essa pergunta muitas vezes vem com uma suposição perigosa: a de que o seu propósito é a sua carreira, o seu grande projeto, a sua marca no mundo.
Essa mentalidade nos leva a um empobrecimento terrível: a gente começa a resumir vidas inteiras a uma única conquista. Pensamos em Madre Teresa e vemos apenas a santa dos pobres. Pensamos em Martin Luther King Jr. e ouvimos apenas “Eu tenho um sonho”. Esquecemos que a vida deles era infinitamente mais complexa, cheia de dúvidas (como a “noite escura da alma” que Madre Teresa viveu por décadas), de paixões, de outras facetas que compunham sua humanidade.
A busca frenética por um “propósito” profissional é, muitas vezes, uma busca desesperada por validação. É uma tentativa de provar para o mundo e para nós mesmos que a nossa vida importa.
Mas a boa notícia do Evangelho, a verdade que nos liberta dessa corrida exaustiva, é esta: Você não precisa provar nada. Você já foi validado na cruz de Cristo.
Quando entendemos que o nosso valor não está em jogo, que nossa importância já foi declarada pelo altíssimo preço que foi pago por nós, somos finalmente livres para encontrar propósito em todos os cantos da vida, não apenas no escritório. Somos livres para expandir o mapa do que significa viver uma vida com sentido.
Encontramos propósito no servir, quando fazemos um voluntariado, ajudamos um vizinho ou participamos de um projeto em nossa comunidade.
Encontramos propósito no crescer, quando nos dedicamos a um hobby, aprendemos algo novo ou expressamos nossa criatividade.
E, acima de tudo, encontramos propósito no amar, quando investimos tempo de qualidade em nossa família, quando somos um ombro amigo, quando estamos verdadeiramente presentes para as pessoas que Deus colocou ao nosso redor.
O seu propósito não é uma única coisa que você faz. É a totalidade de quem você se torna, em todas as áreas da sua vida, para a glória de Deus. Não é sobre o impacto que você causa no mundo, mas sobre a fidelidade com que você vive no seu pequeno canto do mundo.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te libertou um pouco da pressão por “encontrar o seu propósito”, salve-a. E para aprofundar essa conversa tão importante para a nossa saúde mental e espiritual, quero te fazer um convite para a nossa live sobre o assunto.
Assista logo abaixo:
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