Amigos,
Muitas vezes, pensamos na fé como algo que acontece aqui dentro, no silêncio do nosso coração. Uma convicção pessoal, uma confiança íntima entre nós e Deus. E isso é verdade. Mas é apenas o começo da história.
A verdadeira fé cristã, como a Bíblia nos ensina, é como uma fonte: ela não foi feita para ficar contida. Ela precisa transbordar. E ela transborda em uma única direção: a do amor. Uma fé que não se torna palpável em atos de compaixão e generosidade, corre o risco de ser apenas uma ideia.
Mas como isso funciona? Como saímos da crença para a ação?
Martinho Lutero, o reformador, resumiu essa verdade em uma frase que parece uma contradição, mas que é a essência da liberdade do Evangelho:
“O cristão é um senhor absolutamente livre de todos, sujeito a ninguém. O cristão é um servo absolutamente obediente a todos, sujeito a todos.”
O que Lutero está nos dizendo com esse paradoxo? Que, em Cristo, nós somos totalmente livres. Livres da culpa do pecado, livres da condenação da lei, livres da necessidade de lutar para provar nosso valor para Deus. Nossa aceitação está garantida pelo sacrifício de Jesus.
Mas essa liberdade radical não nos leva ao egoísmo. Pelo contrário, ela nos liberta para o outro. Porque não precisamos mais gastar nossa energia tentando salvar a nós mesmos, estamos finalmente livres para gastar nossa energia servindo aos outros, sem esperar nada em troca.
E — aqui está a parte mais bonita — esse serviço não nasce de um “tenho que”. Não é uma nova lei, uma nova lista de tarefas para cumprir a fim de agradar a Deus.
As boas obras, dizia Lutero, seguem-se espontaneamente de uma fé viva.
Pense em uma macieira. Uma macieira não se esforça para dar maçãs. Ela não acorda de manhã pensando: “Preciso cumprir minha meta de maçãs hoje para provar que sou uma boa árvore”. Ela simplesmente dá maçãs porque essa é a sua natureza.
Da mesma forma, um cristão, enraizado na fé e regado pela graça de Deus, naturalmente produz o fruto do amor. Não por obrigação, mas por identidade. Cuidar, servir, perdoar e amar se torna a expressão natural de quem nos tornamos em Cristo.
No fim das contas, a nossa fé se torna visível, palpável e real para o mundo não apenas em nossas declarações de crença, mas na forma como amamos nosso próximo. É ali que a liberdade que recebemos de Deus ganha mãos, pés e um abraço acolhedor.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te inspirou, salve-a. E eu te convido a pensar: como a sua liberdade em Cristo pode te mover a um ato concreto de serviço e amor por alguém esta semana?
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