1 Coríntios 13 é, talvez, o capítulo mais famoso da Bíblia. Nós o lemos em casamentos, o citamos para falar de paciência e bondade... Falamos muito sobre o que o amor é, mas hoje quero pensar com vocês sobre o que o amor permanece.
O apóstolo Paulo, no meio de sua ode ao amor, faz uma afirmação surpreendente e que nos faz ajustar o foco:
“O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.” (1 Coríntios 13.8)
Paulo pega três coisas imensamente valiosas e poderosas para a igreja — as profecias, o dom de línguas e o conhecimento (a ciência da época) — e nos diz que todas elas têm uma data de validade. Elas são como ferramentas temporárias para a nossa jornada aqui na terra.
As profecias são como uma lanterna em uma noite escura, nos dando vislumbres do plano de Deus. As línguas são como pontes, que nos ajudam a comunicar o Evangelho e nos lembram que Deus está reunindo um povo de todas as nações, revertendo a confusão de Babel. O conhecimento é como o mapa que usamos para navegar, as gotas de sabedoria que nos guiam no caminho.
São ferramentas maravilhosas e necessárias. Mas, então, por que algo tão bom teria um fim?
A resposta de Paulo é simples e gloriosa: porque um dia não precisaremos mais da lanterna, pois estaremos diante do próprio Sol. Um dia, nós veremos “face a face”.
Na eternidade, não precisaremos mais de profecias, porque nada mais estará oculto; conheceremos plenamente. Não precisaremos mais de diferentes línguas, porque a perfeita comunicação do amor nos unirá como um só povo. E não precisaremos do nosso conhecimento fragmentado, porque estaremos na presença do Deus onisciente, a própria fonte de toda a sabedoria.
E o que vai sobrar quando todas as ferramentas forem guardadas?
O amor.
Por quê? Porque o amor não é uma ferramenta. O amor é a própria atmosfera do céu. O amor é o Arquiteto. O amor é a paisagem. A Bíblia nos diz que Deus é amor. O amor permanece porque Deus permanece. Ele é a força que sustenta o universo e que o sustentará por toda a eternidade.
E entender isso muda a forma como vivemos hoje.
Isso nos ensina a não colocar nossa esperança final nos dons espirituais, nas experiências ou mesmo em nosso conhecimento teológico. São auxílios preciosos, mas são temporários. O nosso maior alvo, o princípio que deve guiar todas as nossas decisões, é o amor. Se é o amor de Deus que sustenta tudo, não deveríamos dar a ele o lugar de honra em nossa vida?
A beleza é que esse Deus, que é Amor, não está distante. Paulo, que escreveu essas palavras, nunca andou com Jesus pelas estradas da Galileia. Ele conheceu a Cristo pela revelação do Espírito. Assim como nós, hoje. Não precisamos de uma geografia sagrada ou de uma máquina do tempo. O Espírito, através da Palavra, nos revela o Cristo que é a encarnação do amor.
Que possamos, então, usar bem as ferramentas que Deus nos deu, mas sem nunca esquecer de investir naquilo que é eterno.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou, salve-a. Em sua caminhada de fé, onde você tem colocado sua maior ênfase: nas ferramentas (dons, conhecimento) ou na essência (o amor a Deus e ao próximo)?
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