Amigos,
Vivemos em um mundo de vozes altas, não é mesmo? A internet, as redes sociais, os noticiários... de todos os lados, somos bombardeados por argumentos, ideologias e discursos que tentam nos convencer, que disputam a nossa atenção e a nossa lealdade.
É para um mundo barulhento e confuso como o nosso que o apóstolo Paulo escreve uma advertência cheia de cuidado pastoral:
“Eu lhes digo isso para que ninguém os engane com argumentos aparentemente convincentes.” (Colossenses 2.4)
O Evangelho de Cristo é simples, puro e poderoso. E é justamente por isso que ele é tão vulnerável a distorções. A maior tentação, hoje como sempre, é a de tentar “misturar” a fé cristã com outras ideologias, para torná-la, talvez, mais aceitável, mais moderna, mais “relevante”.
O que surge disso é um “cristianismo-barra-alguma-coisa”. Um cristianismo misturado com autoajuda, com uma agenda política, com uma filosofia da moda... E o perigo é que, nessas misturas, Cristo muitas vezes é empurrado para a margem, se tornando apenas um selo de aprovação para as nossas próprias ideias, em vez de ser o centro absoluto da nossa fé.
Então, qual é a solução? Devemos construir um muro e nos isolar do mundo, tapando os ouvidos para tudo?
Não creio que seja esse o caminho. Não há problema em ler outros pensadores, em ouvir outras visões de mundo com um olhar crítico. O perigo não está em ouvir outras vozes; está em permitir que elas alterem a frequência da voz do nosso Pastor em nossos corações.
Jesus nos deu a imagem perfeita para isso: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz... e me seguem” (João 10.27).
Uma ovelha conhece a voz do seu pastor. Ela pode ouvir muitas outras vozes — mais altas, mais sedutoras, mais “convincentes” —, mas há uma familiaridade, uma segurança, um tom que ela reconhece como “casa”. E é essa voz que ela segue.
Se, em meio ao barulho do mundo, estamos tendo dificuldade em reconhecer a voz de Jesus, talvez seja um sinal de que outras vozes estão falando alto demais em nossa mente.
Como, então, podemos afinar nossos ouvidos espirituais? Não há atalhos. O caminho é o da intimidade.
Voltando à Palavra: O primeiro passo é mergulhar no lugar onde a voz de Jesus está registrada de forma clara e segura: a Bíblia. É lendo as Escrituras que a gente se familiariza com o tom, o caráter, as prioridades e o coração do nosso Pastor. É o nosso ponto de referência.
Cultivando a Oração: O segundo passo é a conversa diária. É na oração que afinamos nossa audição, que aprendemos a discernir Seus sussurros de orientação e consolo em meio ao caos do dia a dia.
Argumentos persuasivos sempre existirão. Falsos profetas continuarão a surgir. Mas tudo isso perde a força quando estamos apaixonadamente familiarizados com a única voz que realmente importa.
Não dá para brincar de ser cristão. É preciso conhecer o Pastor.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou, salve-a como um lembrete. E me conte nos comentários: qual prática te ajuda mais a “afinar os ouvidos” para a voz de Deus em meio ao barulho do dia a dia?
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