A Bíblia é muito honesta sobre isso. Ela nos apresenta um Deus que é perfeitamente justo, reto e santo em todos os Seus caminhos. E, em contraste, ela nos mostra nosso próprio retrato: “Não há um justo, nem um sequer... Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Romanos 3:10, 12).
Diante dessa distância entre a santidade de Deus e a nossa falha, o que nós fazemos? Geralmente, pegamos uma de duas estradas.
A primeira é a estrada da máscara. É o caminho de quem tenta esconder os erros. Vestimos uma aparência de perfeição, de retidão, para que os outros pensem que temos tudo sob controle. É uma vida triste e exaustiva, pois, ao tentarmos enganar os outros, acabamos enganando a nós mesmos, vivendo sob o peso de uma imagem que não é real.
A segunda é a estrada da culpa. É o caminho de quem é consumido pelos erros. Carregamos o peso de atos do passado que não podemos desfazer, de palavras que não podemos retirar. A culpa se torna uma companheira constante, que nos rouba a alegria e nos impede de seguir em frente. Tornamo-nos nossos próprios carrascos.
Mas o Evangelho nos mostra que há uma terceira via. Não é a da máscara, nem a da culpa. É o caminho do Pastor.
No Salmo 23, Davi faz uma oração que é um ato de profunda humildade e confiança:
“Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” (Salmo 23:3)
Ao orar assim, Davi está confessando: “Eu não consigo andar nesse caminho sozinho. Meus próprios caminhos são tortos. Minha justiça é falha. Eu preciso que o Senhor me guie”.
E a maravilha da graça de Deus é que Ele não apenas nos guia nesse caminho; Ele nos presenteia com a Sua própria justiça. Ao nos unirmos a Cristo, que é o Justo que morreu pelos injustos (1 Pedro 3:18), somos vestidos com a justiça d’Ele. Somos considerados justos diante do Pai, não por sermos perfeitos, mas por sermos perdoados.
E para onde esse caminho da justiça nos leva?
O escritor Max Lucado pinta uma imagem que eu nunca esqueci: a vereda da justiça é uma trilha que sobe um monte íngreme, e no cume desse monte, há uma cruz. E ao pé da cruz, estão todos os nossos fardos — nossas culpas, nossos medos, nossas falhas. O Calvário é um monte feito de culpas depositadas.
A pergunta que ecoa daquela cruz para nós hoje é: “Você gostaria de levar o seu fardo para lá também?”
A vida cristã é essa jornada contínua até o pé da cruz, onde deixamos as máscaras e as culpas, e encontramos o perdão que nos liberta para caminhar.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te trouxe algum alívio, salve-a. Qual fardo — de culpa, de medo, de fracasso — você precisa deixar ao pé da cruz hoje? Se sentir à vontade, compartilhe nos comentários.
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