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A esperança que sustenta a nossa fé

Amigos,

Quero começar hoje com uma pergunta que faço a mim mesmo nos momentos mais difíceis, naqueles dias em que a dor ou a perda pesam no coração: o que nos impede de desistir de tudo?

Quando o sofrimento é grande e só encontramos motivos para chorar, o que faz com que a fé, ainda que pequena como um grão de mostarda, continue a existir em nós?

Vemos pessoas que, diante das tempestades da vida, perdem a esperança e murcham como flores sem água. Mas também vemos outras que, passando pelas mesmas tempestades, conseguem de alguma forma olhar para frente e não se desesperar. Como isso é possível?

O apóstolo Paulo, escrevendo à igreja de Colossos, nos dá a chave. Ele elogia a fé que eles tinham em Jesus e o amor que demonstravam, e então explica a fonte dessa fé e desse amor:

“...por causa da esperança que está reservada a vocês nos céus.” (Colossenses 1.5)

Percebe a lógica? A fé deles no presente era forte por causa da certeza que tinham sobre o futuro. A esperança não era uma consequência da fé deles; era o combustível. A esperança é a âncora da alma que mantém o barco da nossa fé firme, mesmo quando as ondas são violentas.

E, para ser honesto, é aqui que muitas vezes nós falhamos.

Nós conhecemos as promessas sobre a eternidade, mas vivemos como se esta vida fosse tudo o que existe. Nos tornamos míopes espirituais. E o resultado? A morte se torna apenas uma tragédia sem sentido. A doença, apenas um castigo ou uma desgraça.

Mas o cristão é chamado a enxergar “além”.

Sim, a morte e a doença são reais, são dolorosas, são inimigas, consequências de um mundo quebrado. Não devemos fingir que não doem. Mas, pela fé, olhamos para além do significado comum.

  • Além da morte, vemos o que Paulo chamou de “ganho”: estar finalmente com Cristo.

  • Além da doença, vemos uma oportunidade para a glória de Deus se manifestar, seja através de uma cura hoje — que é sempre um belo “prelúdio da eternidade” — ou através da promessa da nossa cura definitiva e final: a ressurrereição em um corpo perfeito.

A esperança que nos sustenta não é a de uma vida fácil aqui, mas a de uma vida gloriosa lá. Não é a promessa de bens materiais, mas de uma realidade onde a alegria, a paz e a vida transbordarão em nós, na presença plena de Deus. Como disse o apóstolo Pedro, “nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” (2 Pedro 3.13).

É essa esperança, e não a ausência de problemas, que nos torna resilientes. É essa âncora, fincada firmemente na realidade dos céus, que nos impede de sermos levados à deriva pelas tempestades da terra.

Com carinho, 

Marlon Anezi


Se esta reflexão te trouxe esperança, salve-a. Qual promessa sobre a eternidade mais conforta e sustenta a sua fé nos momentos difíceis? Adoraria ler sua perspectiva nos comentários.

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