Amigos,
Já pararam para pensar que, no centro da nossa adoração cristã, nós celebramos uma morte? Parece triste, até mórbido. Mas o apóstolo Paulo nos diz que é exatamente isso que fazemos, e é a coisa mais importante que poderíamos fazer:
“Sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha.” (1 Coríntios 11.26)
Nós celebramos essa morte porque ela foi a nossa certidão de nascimento. A morte de Cristo na cruz não foi um acidente trágico; foi o ato voluntário de um Salvador que nos amou tanto que pagou nosso resgate com a própria vida. O pão e o vinho não são símbolos de tristeza, mas de salvação.
Mas, por que precisamos anunciar e relembrar isso com tanta frequência? Por que, como na minha tradição luterana, insistimos em trazer a Ceia e a mensagem da cruz ao centro de cada culto?
Porque, durante a semana, nós esquecemos.
Nós vivemos por seis dias em um mundo que prega um evangelho oposto. É o evangelho do mérito, da performance, do “você precisa merecer para receber”. E, se formos honestos, o problema não é só o mundo lá fora. É o nosso próprio coração, que por sua natureza pecaminosa, tende a se esquecer da graça e a voltar para a lógica do esforço próprio.
A gente passa a semana inteira ouvindo que precisamos provar nosso valor. E então, no domingo, a Santa Ceia se torna o antídoto. Ela é a voz de Deus nos sussurrando a verdade libertadora: “Está pago. É de graça.”
Quando o pastor estende o pão e o vinho, é como se o próprio Cristo estivesse nos dizendo:
“Sim, você, com todas as suas falhas desta semana, está perdoado.”
“Você não precisa ser bom o suficiente para vir à minha mesa, porque Eu já fui bom o suficiente por você.”
“Você não é um funcionário tentando ganhar o favor do chefe; você é um filho amado, convidado para a mesa do Pai.”
A Ceia nos tira da rotina do mérito e nos reintroduz à realidade da graça. Ela é preparada não para os fortes e perfeitos, mas para os pecadores e fracos que sabem que precisam de perdão.
E nós fazemos isso “até que ele venha”.
A Santa Ceia é o pão para o caminho. É o sustento que Deus nos dá para esta jornada, enquanto vivemos como pessoas salvas em um mundo ainda quebrado, em um corpo ainda sujeito ao pecado e à dor. Ela nos fortalece para continuar a lutar, a amar e a esperar, com a certeza de que a vitória final já foi garantida por Aquele cuja morte anunciamos.
É o remédio de Deus para as nossas almas esquecidas.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou a ver a Santa Ceia com novos olhos, salve-a. O que a Ceia do Senhor mais significa para você em sua caminhada de fé? Adoraria ler sua perspectiva nos comentários.
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