Amigos,
Há capítulos na Bíblia que são como um jardim florido, fáceis de passear. E há outros que são como uma floresta densa, que exigem um pouco mais de cuidado para não nos perdermos. Para mim, 1 Coríntios 7 é um pouco como essa floresta.
O conselho central do apóstolo Paulo parece, à primeira vista, simples e um tanto rígido:
“Irmãos, cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado.” (1 Coríntios 7.24)
Ele diz ao casado para permanecer casado, ao solteiro para permanecer solteiro, e assim por diante. Se lido de forma superficial, parece uma regra de gesso, que ignora a complexidade da vida.
Mas Paulo não era um legalista. Ele mesmo abre exceções, aconselhando o escravo a buscar a liberdade se puder, e o solteiro a se casar se não conseguir se controlar. Isso nos mostra que o ponto dele não é criar uma lei inflexível, mas nos ensinar um princípio muito mais profundo.
E que princípio é esse? Eu creio que é este: a sua conversão a Cristo não anula a sua vida; ela a redime, exatamente onde você está.
A chegada da graça de Deus não exige que você aperte um botão de “reset” e abandone todas as suas circunstâncias. Você não precisa se divorciar do seu cônjuge que ainda não crê. Você não é “menos espiritual” por ser casado e ter as preocupações deste mundo. Sua condição atual não é um obstáculo para a presença de Deus.
E aquela parte em que Paulo diz que a pessoa casada está “dividida”?
Primeiro, sejamos honestos: quem de nós não vive “dividido”? Estamos divididos entre o trabalho e a família, entre o cuidado da alma e as contas a pagar. Essa tensão faz parte da condição humana neste mundo.
Segundo, e mais importante: servir à nossa família é uma forma profunda de servir a Deus. Quando amamos nosso marido ou nossa esposa com paciência e graça, estamos vivendo o Evangelho de forma tão concreta quanto quando estamos orando na igreja. O secular e o sagrado não são inimigos; na vida do cristão, eles dançam juntos.
E isso nos leva ao coração da mensagem de Paulo.
O conselho para “permanecer” não é sobre estagnação. É sobre confiança. É uma declaração de fé de que Deus está conosco onde quer que estejamos. Na viuvez, no casamento com um descrente, na solidão do solteiro, na dificuldade do trabalho.
Nenhuma circunstância da nossa vida nos separa do Deus onipresente. Ele não nos chama para sairmos do nosso mundo para que possamos encontrá-Lo; Ele entra em nosso mundo para habitar conosco, bem no meio da nossa realidade.
Ele está presente. No seu casamento, na sua solteirice, no seu trabalho, na sua casa. Hoje. Agora. E nada pode te separar do Seu amor.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te trouxe paz, salve-a como um lembrete. Como a verdade de que “Deus está com você” na sua situação atual muda a forma como você a encara? Adoraria ler sua perspectiva nos comentários.
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