Pular para o conteúdo principal

A pedra que eles selaram (e o anjo que a rolou)

Amigos,

Imagine a cena. É sábado. O corpo de Jesus está em um túmulo emprestado. Para os discípulos, é um dia de silêncio, medo e desolação. Para os inimigos de Cristo, é um dia de alívio e... preocupação.

                                     

Os chefes dos sacerdotes e os fariseus, com sua mente estratégica, pensaram em tudo. Eles vão a Pilatos e dizem: “Aquele enganador disse que ressuscitaria. Mande guardar o sepulcro!”. Eles conseguem uma guarda de soldados romanos. Vão até o túmulo, colocam a imensa pedra no lugar e a selam com o selo oficial de Roma.

Era o esquema de segurança perfeito para garantir que a história de Jesus terminasse ali, naquele túmulo frio e escuro.

Essa cena representa o melhor da engenhosidade e do poder humano tentando conter o plano de Deus. Mas há uma verdade que ecoa por toda a Bíblia: os planos de Deus sempre prevalecem.

O que são guardas romanos e um selo de cera contra o poder que criou o universo?

O evangelista Mateus nos conta o que aconteceu na manhã de domingo, e a cena é de tirar o fôlego. Um anjo do Senhor desce do céu, rola a pedra da entrada sem pedir licença, e se senta sobre ela. E os guardas? Aqueles símbolos do poder de Roma? A Bíblia diz que eles tremeram de medo e “ficaram como mortos”.

Que ironia gloriosa. Os homens enviados para guardar um corpo morto acabaram parecendo mortos diante do poder da Vida que ressuscitava.

E essa cena nos ensina algo fundamental sobre a nossa fé. A história do Evangelho não termina na cruz, com um Cristo sofredor e derrotado. O mal não tem a última palavra. A morte e o sofrimento são o caminho para uma ressurreição gloriosa!

E essa mesma promessa, essa mesma lógica de ressurreição, é para nós que cremos.

Nós também enfrentamos, em nossas vidas, “pedras seladas”. Situações que parecem impossíveis, finais, sem esperança. Mas a vitória de Cristo naquela manhã nos garante um fim glorioso. O apóstolo Paulo nos diz que os sofrimentos que passamos aqui são tão pequenos em comparação com a glória que nos espera, que um dia olharemos para trás e diremos: “aquilo lá não foi nada.”

Um dia, a nossa própria ressurreição virá. E lá, na eternidade, não vamos mais precisar teorizar sobre a paz, a alegria e o amor de Deus. Nós vamos, finalmente, experimentar e viver essas realidades em sua plenitude.

Até lá, que a imagem daquele túmulo vazio e da pedra rolada nos encha de esperança. O plano de Deus não pode ser frustrado.

Com carinho, 

Marlon Anezi


Se esta reflexão te encheu de esperança, salve-a. E me conte nos comentários: qual “pedra selada” na sua vida hoje você precisa entregar nas mãos do Deus que envia anjos para rolar pedras?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os óculos que mudam a forma como vemos o mundo

Você já tentou explicar algo da sua fé para um amigo e sentiu que ele simplesmente... não entendeu? Não por maldade, mas como se vocês estivessem falando línguas diferentes, operando em frequências distintas. O apóstolo Paulo nos ajuda a entender essa dificuldade. Ele fala de duas maneiras de perceber a realidade: a do “homem natural” e a do “homem espiritual”. O “homem natural” é aquele que opera apenas com a razão humana, com a lógica do que se pode ver, tocar e medir. Para essa perspectiva, as coisas de Deus — a cruz, a ressurreição, a graça — soam como “loucura” (1 Coríntios 2.14). Não é que a pessoa seja menos inteligente; é que ela está tentando ler um livro divino sem a ajuda do seu Autor. E aqui está a grande verdade: a Palavra de Deus precisa do seu verdadeiro Intérprete para ser compreendida. E o seu Intérprete é o próprio Autor: o Espírito Santo. Sem a Sua luz em nossa mente e em nosso coração, as Escrituras podem parecer apenas um conjunto de regras, histórias e ideias. C...

Afinal, o que é aconselhamento cristão?

Vamos ser sinceros: a expressão “aconselhamento cristão” pode ser um pouco confusa, não é mesmo? Para alguns, soa como uma conversa com o pastor. Para outros, parece uma terapia com oração no final. Há quem pense que é um estudo bíblico focado nos seus problemas. A verdade é que essa confusão é normal, porque o aconselhamento cristão se parece um pouco com tudo isso, mas não é exatamente nenhuma dessas coisas. Eu percebi que a melhor forma de entender o que ele é , é primeiro esclarecer algumas coisas que ele não é . Então, vamos pensar juntos sobre isso? 1. É a mesma coisa que o pastor faz? Sim e não. O que o seu pastor faz ao visitar um enfermo, confortar uma família enlutada ou tomar um café para saber como você está se chama “cuidado pastoral”. É um cuidado lindo, espontâneo e vital para a saúde da igreja. O aconselhamento pode ser parte desse cuidado, mas ele é mais estruturado — geralmente com hora marcada, em um lugar reservado, focado em uma questão específica. E a grande notí...

Duas lentes para ler a Bíblia com mais clareza

Você já leu um versículo que conhece desde criança e, de repente, se perguntou: “Será que estou entendendo isso direito?” Ou talvez já tenha ouvido alguém tirar uma conclusão de um texto bíblico que te fez pensar: “Nossa, eu nunca vi isso aí... de onde essa pessoa tirou isso?”                   Nessa jornada de leitura da Palavra, que é um aprendizado constante para todos nós, eu percebi que existem dois extremos muito comuns que podem nos desviar do caminho. Já observei isso em mim e em outros: de um lado, a tendência de se apegar apenas ao “preto no branco” do texto. Do outro, o impulso de “viajar” em nossas próprias ideias sobre o que a passagem poderia significar, correndo o risco de colocar nossas palavras na boca de Deus. Tudo começou a mudar quando eu entendi a importância de usar duas “lentes” para a leitura. Duas palavrinhas que parecem técnicas, mas que são incrivelmente práticas: referência e inferência . Lente 1: A Referência (...