Por quê? Que crime ele cometeu?, perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais: Crucifica-o! Mt 27.23
A condenação de Jesus à morte é um
dos fatos mais marcantes de toda a Palavra de Deus. A partir da Sua morte foi
possível a ressurreição. Foi um fato inevitável, fazia parte do plano de
redenção de Deus para o homem. Este acontecimento cheio de significado para nós
tem suas várias nuances, as quais nos trazem lições muito importantes.
No relato do evangelista Mateus,
nos deparamos com a pergunta de Pilatos ao povo: “por quê? Que crime ele
cometeu?” Esta pergunta, capaz de despertar a minha sensibilidade toda vez que
a releio retrata a injustiça cometida na condenação de um homem inocente. No
caso de Jesus, o próprio Filho de Deus. Que erro grotesco! Crucificaram o Filho
de Deus! E se estivéssemos nós lá, seria diferente? Será que um de nós no meio
daquela multidão mudaria a história? Acredito que não, dificilmente
conseguiríamos deter a falta de noção de uma turba que prefere um ladrão ao
invés do Filho de Deus.
Na nossa vida diária, as coisas não
funcionam de uma forma muito diferente, os mais espertos ou malandros aos olhos
da sociedade são os privilegiados, os corruptos lavam dinheiro enquanto outros
trabalham, estudam e vivem honestamente, muitas vezes sem o devido
reconhecimento por isso, e a vida continua. A indignação fica pela injustiça,
um sentimento de invalidez por viver em uma sociedade tão cega e ingrata. Os
ladrões são idolatrados e os heróis condenados ou esquecidos.
Mas as palavras do próprio Jesus
nos fazem pensar: “os mansos herdarão a terra.” (Mt 5.5) O salmista também fala
sobre esta promessa. (Sl 37.11) Sim, os mansos! Esses que assim como Ele, veem
a desonestidade, mas não estão interessados em se tornar como os desonestos.
Aqueles que veem as injustiças, mas sabem que ela sempre existirá neste mundo e
que por isso esperam por um novo céu e uma nova terra, onde habita a justiça.
Esta nova terra é a herança
daqueles que não se fazem mais cegos, enxergam a barbárie cometida pela
multidão que grita crucifica-o! O povo que pede que devolvam ao seu convívio o
ladrão Barrabás, enquanto condena Aquele que veio salvá-los.
Por Marlon Anezi
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