Pular para o conteúdo principal

A promessa que parece boa demais para ser verdade

Amigos,

Sabe aquela promessa de programa de auditório, dita com um sorriso largo: “Seus problemas acabaram!”? Qual é a nossa primeira reação? Provavelmente um riso cínico, um revirar de olhos.

Nós vivemos em um mundo saturado por promessas vazias. Vendedores que exageram, gurus da internet que prometem dinheiro fácil, comerciais que garantem uma felicidade que nunca se concretiza. Nós fomos treinados pela vida a desconfiar. Aprendemos que, se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente não é.

E então, eu me volto para a cena mais sombria da história. O Calvário. Três cruzes se erguem contra um céu escuro. E no meio daquela agonia, no último lugar onde esperaríamos encontrar esperança, ouvimos a promessa mais inacreditável já feita.

Um dos criminosos crucificados ao lado de Jesus, em seus momentos finais, reconhece sua própria culpa e a inocência do Homem ao seu lado. E, com um fio de fé, ele faz um pedido desesperado: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino.”

A resposta de Jesus, dita em meio à sua própria dor, é a essência do Evangelho. Não é uma lição de moral, não é uma exigência. É uma promessa pura, direta e avassaladora:

“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23.43)

Em outras palavras, no ponto mais baixo da vida daquele homem, quando todos os seus problemas terrenos estavam prestes a acabar da pior forma possível, Jesus olhou para ele e disse, com toda a autoridade do céu e da terra: “Sim. O seu problema fundamental acabou.”

Essa promessa, feita em um sussurro de dor, ecoa através dos séculos e chega até nós hoje.

Eu sei, você pode estar lendo isso no meio de uma semana difícil, com uma lista de preocupações bem reais. Você pode pensar: “Meus problemas não acabaram, estão bem aqui na minha frente”.

E você está certo. Em um sentido, ainda vivemos em um mundo cheio de problemas. Mas, no sentido mais profundo e verdadeiro, o problema que originava todos os outros — a nossa separação de Deus por causa do pecado — já foi resolvido na cruz.

Espiritualmente, a promessa feita ao ladrão já é nossa. A paz com Deus, a adoção como filhos, a herança da vida eterna. A alegria da nossa salvação é uma realidade presente, aqui e agora, garantida pelo Espírito Santo que habita em nós.

E por que podemos confiar nessa promessa, diferente de todas as outras?

Porque ela não foi feita por um vendedor tentando nos enganar, mas por um Salvador que estava morrendo para nos salvar. A prova da veracidade da promessa está no preço que Ele pagou para cumpri-la.

A esperança de que um dia, de fato, todos os nossos problemas, lágrimas e dores chegarão a um fim não é uma ilusão. É a realidade mais sólida que existe, garantida por Aquele que, no meio do inferno da crucificação, foi capaz de pronunciar a palavra “Paraíso”.

Com carinho, 

Marlon Anezi


Se esta promessa te trouxe esperança hoje, salve-a. E me conte nos comentários: como a certeza do “paraíso” te ajuda a enfrentar os “problemas” de hoje?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os óculos que mudam a forma como vemos o mundo

Você já tentou explicar algo da sua fé para um amigo e sentiu que ele simplesmente... não entendeu? Não por maldade, mas como se vocês estivessem falando línguas diferentes, operando em frequências distintas. O apóstolo Paulo nos ajuda a entender essa dificuldade. Ele fala de duas maneiras de perceber a realidade: a do “homem natural” e a do “homem espiritual”. O “homem natural” é aquele que opera apenas com a razão humana, com a lógica do que se pode ver, tocar e medir. Para essa perspectiva, as coisas de Deus — a cruz, a ressurreição, a graça — soam como “loucura” (1 Coríntios 2.14). Não é que a pessoa seja menos inteligente; é que ela está tentando ler um livro divino sem a ajuda do seu Autor. E aqui está a grande verdade: a Palavra de Deus precisa do seu verdadeiro Intérprete para ser compreendida. E o seu Intérprete é o próprio Autor: o Espírito Santo. Sem a Sua luz em nossa mente e em nosso coração, as Escrituras podem parecer apenas um conjunto de regras, histórias e ideias. C...

Afinal, o que é aconselhamento cristão?

Vamos ser sinceros: a expressão “aconselhamento cristão” pode ser um pouco confusa, não é mesmo? Para alguns, soa como uma conversa com o pastor. Para outros, parece uma terapia com oração no final. Há quem pense que é um estudo bíblico focado nos seus problemas. A verdade é que essa confusão é normal, porque o aconselhamento cristão se parece um pouco com tudo isso, mas não é exatamente nenhuma dessas coisas. Eu percebi que a melhor forma de entender o que ele é , é primeiro esclarecer algumas coisas que ele não é . Então, vamos pensar juntos sobre isso? 1. É a mesma coisa que o pastor faz? Sim e não. O que o seu pastor faz ao visitar um enfermo, confortar uma família enlutada ou tomar um café para saber como você está se chama “cuidado pastoral”. É um cuidado lindo, espontâneo e vital para a saúde da igreja. O aconselhamento pode ser parte desse cuidado, mas ele é mais estruturado — geralmente com hora marcada, em um lugar reservado, focado em uma questão específica. E a grande notí...

Duas lentes para ler a Bíblia com mais clareza

Você já leu um versículo que conhece desde criança e, de repente, se perguntou: “Será que estou entendendo isso direito?” Ou talvez já tenha ouvido alguém tirar uma conclusão de um texto bíblico que te fez pensar: “Nossa, eu nunca vi isso aí... de onde essa pessoa tirou isso?”                   Nessa jornada de leitura da Palavra, que é um aprendizado constante para todos nós, eu percebi que existem dois extremos muito comuns que podem nos desviar do caminho. Já observei isso em mim e em outros: de um lado, a tendência de se apegar apenas ao “preto no branco” do texto. Do outro, o impulso de “viajar” em nossas próprias ideias sobre o que a passagem poderia significar, correndo o risco de colocar nossas palavras na boca de Deus. Tudo começou a mudar quando eu entendi a importância de usar duas “lentes” para a leitura. Duas palavrinhas que parecem técnicas, mas que são incrivelmente práticas: referência e inferência . Lente 1: A Referência (...