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Qual a importância de reconhecer e buscar ajuda para os problemas emocionais?

Ele me devolve a paz de espírito quando me sinto aflito. Ele me faz andar pelo caminho da justiça por amor do seu nome. Salmo 23.3

Todo tipo de problema emocional é parte da natureza humana, já que o pecado causou profundas marcas em praticamente tudo neste mundo, incluindo nossos sentimentos, emoções e pensamentos.

As consequências do pecado no mundo são visíveis em toda parte, algumas vezes muito evidentes e outras menos. Os fatores emocionais podem ser facilmente percebidos em algumas pessoas, mas em outros casos, estão bem escondidos. Todos temos problemas emocionais, mas a diferença é que alguns conseguem lidar com eles na maior parte do tempo, como uma televisão em "stand-by". Nesta situação, a televisão está pronta para ser ligada, mas não é, e o problema existe, mas é ignorado. Essa pessoa não procura ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, não tem coragem de admitir o problema, não busca aconselhamento com alguém de confiança, e este problema escondido pode acabar causando outros problemas.

Viver aparentando que tudo está sempre bem custa caro a longo prazo. De um lado, há pessoas que escondem seus problemas emocionais e vivem como se estivessem sempre desligadas, mas esses problemas ainda existem e podem trazer mais problemas no futuro. Por outro lado, há pessoas que não protegem suas emoções adequadamente e acabam expondo seus problemas emocionais a todos, o que pode resultar em más percepções e críticas. Qualquer estilo de vida que escolhamos neste mundo nos deixará marcas em nossa vida emocional, e não adianta fingir ser forte ou indiferente. Por isso, é importante fazer um diagnóstico próprio e verificar quais problemas emocionais estamos carregando.

E em segundo lugar, o que estamos fazendo para aliviar e descansar as bagagens emocionais que carregamos? Se você é como a televisão em stand-by, é importante que você encontre alguém de confiança, talvez um profissional, que possa ajudá-lo, pois negar a existência de problemas emocionais não fará com que eles desapareçam. No entanto, se você é como a televisão ligada o tempo todo, também é importante que você busque ajuda e entenda que compartilhar ou descarregar seus problemas em outras pessoas não os reduzirá.

Além da ajuda de um profissional humano, gostaria de lhe indicar a melhor solução para problemas emocionais: Davi faz essa indicação de um grande psicólogo, dizendo: "Ele me devolve a paz interior quando me sinto angustiado. Ele me faz caminhar pelo caminho da justiça por amor ao seu nome."

Esse grande psicólogo apresenta um currículo que não tem igual. Afinal, ele mesmo criou a própria "psique" humana. Quem cria tem, evidentemente, conhecimento superior sobre o assunto.

Davi também diz: "Ele me faz caminhar pelo caminho da justiça por amor ao seu nome." Caminhar pelo caminho da justiça também traz benefícios para nossa vida emocional, pois caminhar nesse caminho não se trata de tornarmo-nos perfeitos - ninguém é perfeito. Mas sim de andar no caminho da "justiça de Cristo", que é diferente da justiça comum que conhecemos e é vivida por aqueles que aceitam seu sacrifício e plano de salvação.

Assim, entregamos a Ele as nossas necessidades, limitações e preocupações e somos aconselhados, perdoados, fortalecidos e vivificados por Ele! Ao longo desse processo, somos tratados e cuidados como ovelhas pelo bom pastor e curados como pacientes pelo grande psicólogo.

Oração: Senhor Jesus, nos ajude a confiar em Ti como nosso grande psicólogo e bom pastor. Entregamos a Ti nossos problemas emocionais e pedimos que alivies a nossa bagagem emocional. Amém.

Reflita nesta oração de Davi, presente no Salmo 25.17-18, onde ele diz: “Alivia-me as tribulações do coração; tira-me das minhas angústias. Considera as minhas aflições e sofrimentos e perdoa os meus pecados”.

Que possamos pedir a Deus todos os dias para que realize estas quatro coisas em nossas vidas: aliviar as nossas tribulações, tirar-nos das nossas angústias, considerar nossas aflições e sofrimentos e perdoar nossos pecados.

Por Marlon Anezi



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