Vamos falar sobre algo que todos nós carregamos, mas que muitas vezes escondemos dos outros e até de nós mesmos: nossa bagagem emocional. As ansiedades, os medos, as preocupações, as feridas. Viver neste mundo quebrado significa que, inevitavelmente, todos nós temos problemas emocionais em algum grau. A questão é: o que fazemos com eles?
Eu percebo que, geralmente, adotamos uma de duas posturas, e gosto de pensar nelas usando a imagem de uma televisão.
Muitos de nós aprendemos a lidar com a dor colocando a TV da nossa alma em “stand-by”. Por fora, tudo parece bem, a luzinha vermelha está acesa, indicando que estamos “funcionando”. Mas, por dentro, o circuito está ali, com seus problemas, pronto para ligar a qualquer momento. A gente ignora, finge que não vê, não procura ajuda, com medo de admitir que algo não vai bem. Mas viver aparentando que está tudo ótimo custa caro a longo prazo.
Outros fazem o oposto. A TV fica ligada no volume máximo, o tempo todo. Expomos nossos problemas a todos, descarregamos nossas dores em quem estiver por perto, na esperança de que isso alivie o peso. Mas, muitas vezes, isso só nos expõe a mais críticas e não resolve a causa da nossa aflição.
Seja qual for o nosso estilo, o primeiro passo para a cura é o mesmo: um diagnóstico honesto. E, sim, muitas vezes isso envolve a coragem de procurar a ajuda de um profissional, de um conselheiro, de alguém de confiança.
Mas, além de toda a ajuda humana, que é preciosa, a Bíblia nos aponta para o melhor Psicólogo que existe. No Salmo 23, Davi, um homem que conhecia profundamente a angústia, nos dá essa indicação:
“Ele me devolve a paz de espírito quando me sinto aflito. Ele me faz andar pelo caminho da justiça por amor do seu nome.” (Salmo 23.3)
Pense nisso: quem melhor para entender e restaurar a nossa psique do que Aquele que a criou? Deus é o nosso Grande Psicólogo.
E o que essa “terapia divina” envolve?
Primeiro, Ele nos devolve a paz. Ele não ignora nossa aflição, mas a acolhe e, em seu lugar, nos oferece a Sua paz, que excede todo entendimento.
Segundo, Ele nos faz andar pelo caminho da justiça. E isso tem um benefício emocional imenso. Caminhar nesse caminho não é sobre nos tornarmos perfeitos, mas sobre pararmos de lutar para provar nosso valor e descansarmos na “justiça de Cristo”. Quando sabemos que somos amados e aceitos por causa d’Ele, e não por nossa performance, um peso enorme é tirado de nossos ombros.
Nesse processo, somos cuidados como ovelhas pelo Bom Pastor e curados como pacientes pelo Grande Psicólogo. Entregamos a Ele nossas preocupações, e Ele nos fortalece. Entregamos nossas falhas, e Ele nos perdoa.
Talvez hoje você não saiba por onde começar. Davi, em outro salmo (25:17-18), nos dá as palavras. Que esta possa ser a nossa oração diária:
Senhor, por favor,
Alivia as tribulações do meu coração;
Tira-me das minhas angústias;
Considera as minhas aflições e sofrimentos;
E perdoa os meus pecados.
Amém.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te trouxe algum consolo, salve-a. E me conte nos comentários: qual dessas quatro petições da oração de Davi mais ressoa com o seu coração hoje?
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