Amigos,
Uma das primeiras e mais belas verdades que aprendemos em nossa fé é que fomos criados “à imagem e semelhança de Deus”. Essa é a base da nossa dignidade, do nosso valor e do nosso senso de propósito.
Mas, se olharmos honestamente para o mundo — e para dentro de nós mesmos —, somos confrontados com uma realidade desconfortável: egoísmo, orgulho, maldade, uma inclinação constante para o erro.
Então, surge a pergunta: como pode a imagem de Deus em nós estar tão quebrada? Será que a perdemos?
Para desfazer esse nó, a teologia nos oferece uma distinção muito útil. Pense que há como se fosse duas “camadas” da imagem de Deus em nós.
A primeira é a Imagem Permanente. Pense nela como a nossa “humanidade” fundamental. É a nossa capacidade de raciocinar, de criar, de amar, de ter uma consciência moral. É aquilo que nos diferencia das outras criaturas de Deus. Essa imagem, embora tenha sido profundamente manchada e distorcida pelo pecado, nunca foi totalmente perdida. É por causa dela que uma pessoa, mesmo sem fé em Cristo, ainda pode ser gentil, criar uma bela obra de arte, buscar a justiça e viver bem em sociedade.
Mas havia outra camada: a Imagem Especial. E essa, sim, foi perdida na Queda.
A imagem especial era a nossa conexão espiritual perfeita e original com Deus. Era a confiança, a comunhão, a obediência e o amor que fluíam naturalmente do coração de Adão para o seu Criador. Sem essa imagem, a Bíblia nos diz que nascemos em um estado de “morte espiritual”.
E o que isso significa na prática? Significa que nosso livre-arbítrio ficou comprometido. Uma pessoa espiritualmente morta ainda tem liberdade para escolher coisas em sua vida terrena. Ela pode escolher não roubar por respeito ao próximo, ou não matar por medo da lei.
Mas ela não tem a liberdade para escolher amar a Deus acima de todas as coisas. O coração, por si só, não se inclina para Ele.
E é exatamente aqui que a beleza do Evangelho explode em cores.
Jesus Cristo veio ao mundo para fazer o que nós nunca poderíamos fazer por nós mesmos: restaurar a imagem especial de Deus em nós.
Pela graça, através da fé em Sua obra na cruz, o Espírito Santo nos dá uma nova vida. Aquela conexão que estava rompida é refeita. Em Cristo, recebemos de volta a verdadeira liberdade: a liberdade de amar a Deus, de nos alegrarmos em Sua vontade, de obedecê-lo não mais por medo ou obrigação, mas por um amor que nasce de um coração que foi revivificado por Ele.
Então, sim, toda pessoa que você encontra na rua carrega em si a imagem permanente de Deus, e por isso é digna de infinito valor, dignidade e respeito. Mas é apenas em Cristo que essa imagem começa a ser restaurada à sua glória original, nos dando vida espiritual e nos reconectando de forma íntima e verdadeira com o nosso Criador.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou a entender melhor quem somos, e quem somos em Cristo, salve-a. Como a ideia de que Jesus veio “restaurar a imagem de Deus” em você impacta a sua caminhada hoje? Adoraria ler sua perspectiva nos comentários.
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