Amigos,
Pense no Roberto. Ele acorda antes do sol nascer, enfrenta o trânsito, trabalha o dia todo e, à noite, corre para a faculdade. Tudo por um futuro melhor para a família que ele mal tem tempo de ver.
Agora, pense na Maria. Mãe solteira, guerreira. Passa o dia de pé, fazendo e vendendo pastéis, sem a certeza do lucro. Quando chega em casa, a segunda jornada começa: cuidar dos filhos, da casa. O descanso é um luxo que ela não pode se permitir.
As rotinas do Roberto e da Maria, tão duras e tão comuns, nos fazem perguntar: foi para isso que fomos criados? Para uma vida de correria total, de estresse, de uma exaustão que nunca acaba?
O sábio Salomão, o Pregador do Antigo Testamento, olhou para essa mesma agitação há milênios e suspirou, dizendo: “É melhor ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento” (Eclesiastes 4.6).
“Tentando pegar o vento”. Que imagem perfeita para a nossa cultura de burnout.
Nós corremos desenfreadamente em busca do pão, do sustento, do cargo melhor, da segurança. E, no processo, sacrificamos a paz de espírito, o tempo com a família, a nossa comunhão com Deus. Salomão nos lembra de algo que esquecemos: a capacidade de desfrutar do fruto do nosso trabalho não é uma recompensa pelo nosso cansaço; é, em si, um presente de Deus.
Mas é em um Salmo que essa verdade se torna uma promessa profundamente consoladora e revolucionária:
“Não adianta trabalhar demais para ganhar o pão, levantando cedo e deitando tarde, pois é Deus quem dá o sustento aos que Ele ama, mesmo quando estão dormindo.” (Salmo 127.2)
Pense na beleza radical disso. Em um mundo que grita “se você não correr, você não come”, a Palavra de Deus nos sussurra: “Descanse. Confie. O sustento verdadeiro vem de mim, e Eu o dou até mesmo enquanto você dorme”.
Isso significa que devemos parar de trabalhar e esperar que as coisas caiam do céu? Claro que não. O trabalho é uma dádiva. Mas essa promessa nos liberta da ansiedade de achar que tudo depende da nossa força, do nosso esforço, das nossas noites mal dormidas.
Ela nos convida a reordenar nossas prioridades. A nos perguntar: onde, em minha vida, a busca por “duas mãos cheias” está me roubando a “paz de espírito”? Se você se sente sobrecarregado, converse com Deus sobre sua agenda. Peça a Ele sabedoria para saber a que dizer “não”, para encontrar tempo para o que realmente importa.
No fim das contas, a luta contra a exaustão é uma luta de confiança. E a imagem final que a Bíblia nos dá não é a de um chefe de obras exigente, mas a de um Bom Pastor. Como disse Davi:
“Ele me faz descansar em campos verdejantes, me conduz às águas de repouso.” (Salmo 23.2)
Deus não nos chicoteia para que corramos mais rápido; Ele nos faz deitar e nos conduz ao descanso. Que possamos aceitar o Seu convite.
Que esta seja a nossa oração:
Bondoso Deus, colocamos em Tuas mãos nossas atividades e nossos medos sobre o sustento. Ensina-nos a confiar em Ti, a encontrar tempo para descansar e para desfrutar da vida que nos dás. Em nome de Jesus, amém.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta mensagem te trouxe um convite ao descanso, salve-a. Qual é o primeiro passo que você pode dar hoje para buscar as “águas de repouso” que Deus te oferece?
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