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As consequências do pecado: uma análise da Dogmática Cristã de John Theodore Mueller

As consequências do pecado estão presentes no mundo e podem ser vistas em todos os lugares. Enquanto muitos acreditam que o mundo está evoluindo (sob certos aspectos, certamente está), a Palavra de Deus nos apresenta um mundo que está regredindo, que se deteriora cada vez mais, devido ao pecado e às suas consequências.

1. A involução como consequência do pecado no mundo

As consequências do pecado estão presentes no mundo e podem ser vistas em todo lugar. Enquanto muitos acreditam que o mundo está evoluindo (sob certos aspectos, certamente está), a Palavra de Deus nos apresenta um mundo que involui, que se deteriora cada vez mais, por conta do pecado e suas consequências.

A transição do homem do Éden para uma vida sob cansaço e perigos é um exemplo disso. Após muitos anos, uma destruição total acontece por meio do Dilúvio, sendo uma família humana e um casal de cada espécie animal poupados. Após essa tentativa de recriar a raça humana para que multiplicasse a partir de uma família temente a Deus, o pecado novamente cumpre o seu papel destruidor e a terra não demora muito a ter problemas.

Na pós-modernidade, muito se fala em evolução, porém, não precisamos pensar muito longe para ver como a ordem natural das coisas em nosso mundo leva à degradação, à involução. Para entendermos isso de uma forma mais prática, vamos explicar a lei da entropia.

A lei da entropia é um princípio da termodinâmica que defende uma tendência à desorganização das moléculas em um determinado sistema. Um exemplo de como ocorre a entropia é colocar uma bicicleta na rua e deixá-la lá. Com o passar dos dias, ela irá pegar chuva, sol, vento, poeira, etc. Em alguns meses, ela não vai evoluir, pelo contrário, vai se degradar. O princípio da entropia nos ensina que a tendência é de que as coisas piorem, de que tudo o que é matéria se deteriore sob o efeito da natureza. O nosso mundo é formado de matéria, essa mesma sofre este efeito.

Nós mesmos ficamos mais velhos a cada dia (e não conseguimos modificar isso), fazemos parte deste sistema que nos leva a envelhecer e um dia morrer fisicamente. A explicação da Bíblia para isso é: a morte em todos os seus aspectos é consequência do pecado. A involução, o contrário de evolução, é apenas a estrada percorrida até a morte.

Primeiramente, estamos condenados à esta morte porque Adão pecou, o conhecido pecado original. E depois, por causa do pecado de Adão, todos já nascemos pecadores.

Nos nossos dias, o conceito de pecado é refutado e ridicularizado na maioria das rodas de conversa, meios de discussão científica e programas de televisão. Porém, não precisamos ir muito longe em nosso pensamento para entendermos que há algo de errado com o mundo.

Veja esta constatação de Ferreira:

Se passarmos dez minutos assistindo às notícias na televisão, ou lendo qualquer jornal das grandes cidades, será suficiente para as pessoas com o mínimo de bom senso chegarem à conclusão de que há algo tragicamente errado com o mundo. Guerras, fomes, enchentes, genocídios, corrupção, opressão e exploração dos pobres, assassinatos e todo tipo de injustiça e violência contra o ser humano parecem ser normais no cotidiano.

Não é preciso olhar muito longe para ver as consequências do pecado no mundo, elas estão presentes em toda parte e em todas as pessoas.

2. Algumas verdades bíblicas sobre o pecado

2.1. Todos estão condenados diante de Deus. Rm 3.19

Esta é uma forte afirmação. Por conta do pecado, estamos condenados em nossa própria justiça. Ou seja, ninguém consegue atingir uma vida tão justa que possa, por sua própria justiça, salvar-se. O Apóstolo Paulo diz em Romanos 3.19:

Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. (ARC)

Ninguém está apto a condenar ninguém, por isso a expressão “para que toda boca esteja fechada”, pois todos estão no mesmo barco: o barco dos pecadores que necessitam da graça que os resgata da condenação.

2.2. Por não atingirmos a justiça perfeita, estamos sob maldição. Gl 3.10

Paulo afirmou aos Gálatas que é “maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.”

Observando os versos posteriores, vs. 11 à 14, nós vemos Paulo explicando melhor essa questão, ele diz que não devemos procurar salvar-nos pela prática da lei, pois quem assim o faz está sob maldição."

Maldição é uma palavra forte, mas é assim que Paulo se refere aos que estão sob a justiça da lei, ou que procuram pela justiça da lei realizarem a obra de Deus. O que devemos observar aqui, dentro do contexto deste estudo, é que existe uma maldição em todos os que tentam se salvar pela lei; porque não conseguem se salvar pela lei. A Bíblia diz que a nossa justiça humana se assemelha a trapos de imundícia (Is 64.6), e isso nos torna inaptos a alcançar a salvação pela nossa tentativa de obedecer aos mandamentos de Deus.

2.3 O salário do pecado é a morte. Rm 6.23

Deus é quem define qual é a condenação por conta do pecado. Em Rm 6.23, o Apóstolo Paulo diz que "o salário do pecado é a morte".

O nosso mundo, por sofrer as consequências do pecado, está condenado a um salário que não é nada agradável: a morte. Morte em todas as instâncias, assim como aconteceu logo após o primeiro pecado no jardim do Éden. Deus afirmou que no dia em que Adão ou Eva comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreriam. (Gn 2.17)

A pergunta é: eles morreram no momento ou no dia em que comeram? Depende do ponto de vista. Na perspectiva ensinada por Mueller, ele afirma que sim, a morte ocorre imediatamente após o ato pecaminoso. Mas, a Bíblia não afirma que eles viveram por mais tantos anos, e tiveram filhos? Sim, viveram, porém já estavam mortos.

As consequências do pecado nos fazem morrer em três instâncias: espiritual, temporal e eterna.

A condenação de Adão e Eva se estendeu a todas as pessoas, como explica Paulo:

Portanto, assim como o pecado entrou no mundo por um só homem, e através do pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Rm 5.12, ARA)

2.4. Após o pecado, a descendência de Adão não recebe a imagem divina pelo nascimento. Gn 5.3

Para o teólogo Mueller, a morte espiritual é além do distanciamento de Deus, devido ao pecado, é a perda da imagem divina no sentido restrito. Em Gn 5.1, a palavra de Deus afirma que Adão foi criado à imagem e semelhança de Deus. Então Adão viveu 130 anos e gerou Sete à sua imagem e semelhança, conforme expõe Gênesis 5.3.

Após Adão, Deus não imprimiu mais sua imagem e semelhança no homem (no sentido restrito). Recebemos a imagem de nossos pais.

Porém, Jesus veio à Terra e não foi criado como Adão, à imagem e semelhança de Deus. Ele foi gerado e sempre existiu, sendo Ele próprio Deus. Jesus resgata em nós esta imagem e semelhança de Deus que havíamos perdido, ou seja, é através de Jesus que saímos da morte espiritual para a vida espiritual.

Adão e Eva estavam mortos espiritualmente, afastados de Deus. "E chamou Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?" (Gn 3.9) Estavam mortos temporalmente, porque agora estavam vulneráveis à dor e doenças, lágrimas e tristeza, vivendo a possibilidade dos perigos e da fome, caso Adão não trabalhasse e protegesse sua família. (Gn 3.16-19) E Adão e Eva estavam condenados à morte eterna, a qual não passaram no mesmo dia em que comeram do fruto, pois estava nos planos de Deus salvá-los.

2.5 A condenação principal é a morte eterna. 2Ts 1.9

Paulo falava a respeito daqueles que perseguiam a Igreja, causando sofrimento e tribulação àqueles que viviam o evangelho de Cristo. E ele então fala sobre a condenação que viria sobre estas pessoas:

Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos. (2Ts 1.9)

Somos pecadores, e automaticamente condenados por isso, pois nascemos com a imagem de Adão.

Porém, pela salvação trazida por Cristo podemos não mais estar debaixo desta maldição ou condenação do pecado.

Como ocorrerá a morte eterna? A pessoa vai ficar para sempre queimando no inferno, ou será destruída e não-existirá mais eternamente? Este já é o tema que daria um outro estudo, pois é bem complexo, então vou deixar esta questão em aberto para você ir refletindo a respeito.

2.6. A promessa de salvação existe para todos, assim como a condenação por meio do pecado. Rm 5.12

Todos, sem exceção, pecaram. Muitos se perguntam: por que eu tenho que pagar pelo que Adão fez? A resposta é simples: porque você também já pecou.

Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Rm 5.12, ARA)

Todos estão condenados porque pecaram. Adão nos trouxe essa natureza caída, mas nós temos responsabilidade por absolutamente tudo o que fazemos diante de Deus, e mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos viver uma vida inteira sem pecar nenhuma vez. A culpa pelo meu pecado é minha, mas Adão não nos ajudou, pois trouxe o pecado para este mundo.

E assim como o mundo foi contaminado por completo com as consequências do pecado, Deus, em Jesus, veio "contaminar" o mundo por completo com a Sua promessa de salvação, por meio do evangelho.

[...] se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. (Rm 5.15)

2.7. A promessa de salvação por meio da graça é tão abundante quanto a condenação pelo pecado. Rm 5.17

A promessa de Deus para a salvação tem tanto poder quanto a condenação à morte trazida pelo pecado.

Se pela ofensa de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. (Rm 5.17,18)

A graça está disponível a todos. A salvação foi comprada por um único ato de justiça. Adão comprou a morte para todos nós e nos presenteou com ela, mas Jesus comprou a vida e nos deu de presente. Ao morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, Cristo nos deu a possibilidade de vida.

No final das contas, a salvação em Cristo também é uma consequência do pecado. Se não houvesse pecado, ele não teria que vir à terra morrer em nosso lugar e muito menos nos presentear com a sua abundante graça que cobre a multidão de pecados da terra.

Antes falei a respeito da lei. A lei traz a ofensa, porque se não soubéssemos pela lei que estávamos pecando, não estaríamos pecando. A lei nos trouxe o conhecimento do pecado, sendo o pecado, a transgressão da lei.

Paulo diz que:

Onde abundou o pecado, superabundou a graça. A fim de que, assim como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. (Rm 5.20,21, ARA)

Muitos pensam que esses versículos significam que podemos viver uma vida pecando sem restrições, pois a graça superabundou sobre o pecado, o que implica perdão incondicional.

Porém, o propósito do texto é afirmar a grandiosidade da promessa de salvação, que é maior do que a condenação pelo pecado. Ou seja, o presente de Cristo, a vida nele, é maior e nos alcança de maneira mais eficaz do que o presente de Adão, a morte eterna por meio da natureza pecaminosa.

Esta promessa da vinda de Cristo foi dada logo após o pecado acontecer. Muitos acreditaram nesta promessa antes da primeira vinda de Cristo e receberam salvação através dela. Gênesis 3.15 profetiza o nascimento de Cristo, que viria para ferir a cabeça da serpente, ou seja, para pisar sobre a cabeça do inimigo das almas, Satanás, frustrando seus planos.

2.8 Muitos negam os castigos temporais e eternos relacionados ao pecado. Rm 1.32

Em Rm 1.28 a 32, Paulo descreve vários tipos de pecado e como Deus entregou as pessoas que cometem esses pecados a uma disposição mental reprovável, devido a essas pessoas terem desprezado o conhecimento sobre Ele. Segundo o Apóstolo, essas pessoas sabem da sentença de Deus para com suas práticas, incluindo a respeito da morte eterna, mas continuam a proceder da mesma forma e dão sua aprovação para aqueles que procedem da mesma forma.

Não há dúvida de que os textos de Paulo escritos no século I continuam aplicáveis até hoje, principalmente devido a tantas ideologias que reprimem o conhecimento de Deus e fazem com que o padrão de comportamento que intensifica o pecado seja considerado apropriado para a maioria das pessoas.

No entanto, a consciência dos homens acusa-os sobre o que é certo ou errado, pois, mesmo sem conhecer a lei, eles podem seguir sua própria lei. (Rm 2.14) Os castigos pelo pecado existem independentemente de as pessoas ignorarem a existência desses castigos.

Por isso, Jesus enfatizou isso tão claramente quando disse:

[...] se a tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível. (Mc 9.43)

Em seguida, Cristo faz a mesma recomendação em relação aos pés e olhos.

A hipérbole que Jesus apresenta é uma tentativa de mostrar quão terrível é a condenação eterna, e que a obtenção da vida eterna é mais importante do que ter todas as partes do corpo em perfeita condição. Não é uma ordem expressa para a automutilação, mas uma forma de nos fazer entender que receber a morte eterna é pior do que qualquer dor ou privação que possamos passar nesta vida.

2.9. O sofrimento dos crentes nesta vida são correções paternais. 1 Co 11.32

Em 1Co 11.32, Paulo diz que:

[...] somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.

A vida em Deus requer estar pronto para ser disciplinado, corrigido e exortado. Estamos sempre reendireitando nossa rota, e devemos prosseguir assim até que Jesus volte ou sejamos chamados para o lar eterno. Mas até lá, necessitaremos passar por esta obra transformadora de Deus em nós, e por vezes esta obra nos causa algum sofrimento.

É só pensarmos em nossa vida, quantas coisas tivemos que passar para nos tornarmos quem somos hoje. Para crescer, você precisou ser corrigido e precisou também passar por algumas situações adversas para aprender algumas lições. Sim, situações que doeram em você certamente, mas você precisou passar por elas para aprender algo que carrega até hoje.

Deus, como um pai, nos corrige e também permite que certas coisas nos aconteçam. Mesmo que seja muito duro passar por certos sofrimentos, devemos confiar que Deus sabe o porquê passamos por eles, não precisamos entendê-los como uma condenação da parte d'Ele, mas sempre como uma maneira de Deus nos ensinar alguma coisa.

No Salmo 94.12, o salmista diz: "Bem-aventurado o homem, Senhor, a quem tu repreendes." Hebreus 12.6 afirma que o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. "Que maneira de amar um filho, açoitando-o" você deve pensar. Mais adiante, o autor da epístola diz que os nossos pais segundo a carne nos corrigiam e respeitávamos eles. Quanto mais não devemos maior submissão ao nosso Pai espiritual, que é Deus? E aqui entra uma verdade muito interessante:

Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade (Hb 12.10, ARA). Deus nos disciplina com um objetivo. Este propósito é de que nos tornemos participantes da Sua santidade e recebamos o Seu caráter em nós. Em Apocalipse 3.19 também está escrito: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo." Mueller diferencia o sofrimento dos cristãos com o dos não-cristãos, e conclui que apesar de possuírem a mesma forma de castigo: um representa a ira divina sob os ímpios, enquanto o castigo dos crentes seria como diz Lutero: "castigo gracioso."

2.10. Em Jesus há salvação. Rm 5.17

Pelo guardar ou obedecer à lei ninguém será salvo. O propósito da lei é o conhecimento do pecado, não é salvar o ser humano do pecado. A única justiça que pode salvar o homem das consequências do pecado é a de Cristo. Ou seja, em Cristo estamos salvos.

Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. (Rm 5.17, ARC)

Concluindo, as consequências do pecado estão presentes no mundo de diversas formas, e diretamente em nossas vidas, o único que pode nos livrar dos efeitos do pecado no mundo é o próprio Cristo, que estabelece uma aliança com o homem lhe dando a oportunidade de viver espiritualmente e eternamente.

Encerro com estes dois versos:

Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. (Jo 10.10)

[...] sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. (Jo 15.5b)

Por Marlon Anezi

Referência:

MUELLER, J. T. Dogmática Cristã. Porto Alegre: Concórdia, 2004.

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