Amigos,
Há um mantra que ecoa em nossa cultura, sussurrado em vídeos motivacionais e gritado em posts de redes sociais: “Trabalhe enquanto eles dormem”. É o hino da cultura da performance, uma pressão constante para sermos mais produtivos, mais eficientes, para nunca pararmos.
E eu preciso confessar: por muito tempo, eu acreditei nisso. Como teólogo e escritor, senti o peso da ideia de que, se eu não estivesse sempre produzindo, sempre estudando, sempre fazendo mais, eu ficaria para trás, perderia a relevância, falharia em minha vocação.
Mas, com o tempo, eu fiz uma descoberta libertadora: os meus melhores textos, as minhas reflexões mais profundas, raramente nasceram da alta produtividade ou das noites mal dormidas. Nasceram da quieta inspiração e da guia do Espírito Santo.
Nós vivemos obcecados com a ideia de que precisamos nos capacitar, treinar mais, fazer mais cursos para sermos bons no serviço de Deus. E então, eu leio a promessa que Jesus fez aos seus discípulos, e ela muda tudo:
“...o Consolador, o Espírito Santo... lhes ensinará todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu lhes disse.” (João 14.26)
É como se Jesus nos dissesse: “Acalme-se. O que vocês mais precisam, Eu já dei. A sua suficiência não está no seu treinamento, mas na Minha presença em vocês”.
O maior exemplo disso, para mim, é o apóstolo Paulo. Ele não era um “pregador em tempo integral” como entendemos hoje. Ele era um fabricante de tendas. Ele tinha um trabalho “secular”, com as demandas e o cansaço que qualquer trabalhador conhece. E isso não o impediu de ser o maior teólogo e missionário da história. Por quê? Porque o seu “diferencial” não era o seu tempo livre, mas a unção do Espírito Santo sobre a sua vida inteira. Seu ofício não era uma distração do ministério; era a própria plataforma para o seu ministério.
E essa verdade é um alívio imenso para todos nós.
Se você, em meio à correria da vida, sente que não tem tempo para fazer tudo o que gostaria para o Reino de Deus, não se culpe. Se você sente que não tem o preparo ou a capacitação que julga necessários, não se desespere.
A ação de Deus em sua vida não está aprisionada ao seu “tempo livre” ou às suas qualificações. Ele age no seu trabalho secular, nas suas conversas simples com seus vizinhos, no cuidado com sua família e até mesmo no seu descanso.
O chamado de Deus para nós não é, em primeiro lugar, para uma performance perfeita, mas para uma disponibilidade atenta. O que Ele mais deseja não é o nosso serviço, mas a nossa pessoa.
Descanse n’Ele. Você não precisa viver ansioso como se tudo dependesse de você. A obra é d’Ele. E se o Espírito Santo está dirigindo a sua vida — seja você um pastor, uma dona de casa, um engenheiro ou um artista —, o trabalho será excelente, pois o poder não vem de você, mas d’Aquele que habita em você.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta mensagem te trouxe um pouco de alívio para o seu cansaço, salve-a. Em qual área da sua vida você precisa parar de confiar na sua própria performance e começar a descansar na capacitação do Espírito Santo?
Excelente reflexão!! A cultura "workaholic" tem nos feito perder a paz ao buscá-la, porque podemos ser tentados a buscar nossa fama ao invés de tornar Cristo "famoso", ou a dar mais valor à forma do que ao conteúdo. Cristo nos prometeu que seu jugo é suave e leve; se ele está pesado, estamos fazendo algo de errado.
ResponderExcluirSim, Bruno! É muito fácil nos perdermos nesta cultura workaholic, precisamos ter sempre em mente o que de fato importa, centrados em Cristo.
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