Amigos,
Há histórias na Bíblia que são difíceis. E, para ser honesto, a de Abraão sendo chamado por Deus para sacrificar Isaque, seu filho amado, no Monte Moriá, sempre foi uma das que mais me angustiou.
A pergunta ecoava em minha mente: por que um Deus de amor faria um pedido tão terrível, para depois impedi-lo no último segundo? O que essa história tão dura quer nos ensinar?
Com o tempo, e com a ajuda da própria Escritura, eu comecei a entender que a chave para essa história não está em Isaque, nem mesmo na faca na mão de Abraão. A chave para entender Gênesis 22 está no cordeiro preso pelos chifres no arbusto.
A primeira lição é: nós somos Isaque. A história de Isaque é, de certa forma, a nossa história. Imagine a cena: o filho da promessa, deitado sobre a lenha, amarrado, aguardando a sentença que não merecia. Essa é a nossa condição por causa do pecado: condenados, sem esperança em nós mesmos.
E, no último instante, quando a justiça estava prestes a ser executada, a voz de Deus intervém e um substituto é providenciado. Um cordeiro morre para que o filho possa viver.
Essa cena é um ensaio geral, uma sombra dolorosa e bela do que aconteceria séculos depois, em outro monte, o Calvário. Ali, o verdadeiro Cordeiro de Deus, Jesus, foi sacrificado para que nós, os filhos, pudéssemos ser poupados e viver.
A segunda lição: nosso Deus dá, Ele não tira. Nesta história, Deus mostra a diferença radical entre Ele e todos os falsos deuses. Os deuses pagãos, que os vizinhos de Abraão adoravam, exigiam o sacrifício de crianças para apaziguar sua ira. Eram deuses de desesperança e maldade.
O nosso Deus faz o exato oposto. Para nos poupar, Ele providencia o sacrifício. Ele não toma o filho de Abraão; Ele dá o Seu próprio Filho na cruz. O nosso Deus não é um Deus de morte, mas de salvação e esperança.
A terceira lição: o riso da salvação. E o nome do menino no altar? Isaque. Significa “riso”. Um nome que nasceu da risada de incredulidade de sua mãe, Sara, ao ouvir que teria um filho na velhice, e que depois se tornou um riso de pura alegria.
A salvação que recebemos em Cristo é tão surpreendente, tão imerecida, tão boa, que a nossa reação muitas vezes também é a de um riso incrédulo. “Isso tudo é para mim? De graça?”. Sim. É o riso da surpresa, o alívio que transborda em alegria por uma graça que não conseguimos entender, apenas receber.
A história no Monte Moriá não é, em primeiro lugar, sobre o teste da fé de Abraão. É sobre a revelação do coração de Deus. Foi uma lição dolorosa para que Abraão, e nós, pudéssemos vislumbrar o Evangelho.
Ao olharmos para essa história através da lente da cruz, vemos o Pai que nos poupa, o Filho que nos substitui, e a graça que nos faz rir de puro alívio e gratidão.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou a ver essa história difícil com novos olhos, salve-a. E me conte nos comentários: como a verdade do “sacrifício substitutivo” de Cristo impacta a sua vida hoje?
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