No livro de Gênesis, capítulo 22,
encontramos a conhecida história do pedido de Deus a Abraão. Um pedido nada
fácil, sacrificar o seu filho Isaque. Abraão disse sim à solicitação do Senhor
e foi até o local designado por Ele, o monte Moriá. Lá, Isaque seria morto com
uma facada, porém, o Anjo do Senhor o impediu.
Sempre fui muito curioso perante
este fato. Por que Deus pediu isso a ele, sendo que depois impediu o
sacrifício? E aprofundando um pouco mais, o que o pedido de Deus à Abraão sobre
o sacrifício de Isaque quer dizer para nós hoje?
1. Não precisamos morrer
Isaque não é sacrificado, porque
Deus providenciou um cordeiro para ser sacrificado em seu lugar. (Gn 22.13) Da
mesma forma, alguém morreu em nosso lugar. A história de Isaque é a história de
Jesus. Deus Pai sacrificou seu Filho Jesus. Jesus é o cordeiro de Deus, pois
foi dado em sacrifício em nosso lugar. Nesta história, nós somos Isaque, nós
fomos poupados por causa do cordeiro que foi morto. O cordeiro foi dado em
sacrifício, por isso, não precisamos morrer eternamente.
2. Nosso Deus é Deus de salvação e
esperança
Em outros povos e culturas,
crianças eram e ainda hoje são sacrificadas a falsos deuses. No livro de
Isaías, o profeta repreende aqueles que realizam tais sacrifícios: “vocês
oferecem os seus filhos em sacrifício aos deuses pagãos.” (Is 57.5)
Ao pedir o sacrifício à Abraão e depois substituir a criança pelo cordeiro, Deus mostra como Ele, o Deus verdadeiro, é diferente dos deuses que pedem sacrifícios de crianças. Ele deu o cordeiro como substituto, Ele deu o Seu próprio Filho. Enquanto em outros povos havia maldade e desesperança, no Deus verdadeiro havia salvação e esperança. Hoje temos salvação e esperança porque Ele tirou a condenação que deveria ser nossa e colocou sobre os ombros de Jesus. Nosso Deus é maravilhoso!
3. A substituição de Isaque é nossa
substituição
Em hebraico, o nome Isaque
significa riso. Este nome foi dado a Isaque porque o seu nascimento foi uma
surpresa. Deus prometera Isaque, porém Abraão e Sara não tinham mais esperança
de que pudessem conceber uma criança, pois já eram avançados em idade. (Gn
18.10-15) Sara duvidou da promessa porque olhou para si própria, não viu que
Deus é capaz de realizar qualquer coisa. Mesmo perante o riso de Sara, o Senhor
confirmou a Sua promessa e deu o filho, à ela e a Abraão. Quando Isaque nasceu,
novamente riram, porém desta vez de alegria e surpresa. (Gn 21.6)
A salvação que Deus nos oferece em
Jesus é tão maravilhosa que pode causar estranhamento e surpresa. Nos levar até
mesmo a rir, ao meditar no presente que nos é concedido. Em todos os momentos
Deus demonstrou Sua bondade para com Abraão. Desde o milagre do nascimento de
Isaque até o momento em que não permite que este seja sacrificado, dando o
cordeiro em Seu lugar. Através de Isaque, a promessa de Deus é confirmada à
Abraão. Uma grande nação viria a surgir dele.
Isaque nos representa, nós todos
somos Isaque ali deitados, estarrecidos com a iminente condenação, quando de
repente, vem a boa notícia, “não será necessário. Alguém irá morrer no seu
lugar”, em nosso caso: “alguém já morreu em nosso lugar".
O próprio Abraão estava com suas
emoções envolvidas, pois não entendia que, apesar de seu papel ser o do pai que
sacrifica o filho, ele também era alvo do amor gracioso de Deus, que pela fé
substitui a nossa falha justiça pela perfeita justiça de Cristo. Neste cenário,
Isaque também representava Abraão e como Deus estava ensinando a salvação,
tanto a Abraão quanto a Isaque. Depois de se acalmarem as emoções, certamente
Abraão regozijou-se no Senhor, ao compreender aquilo que Deus lhe ensinara,
pois viu através de suas próprias mãos uma ilustração da salvação que Deus
providenciara para todos os Seus filhos ao longo de todas as eras, inclusive
para ele, Abraão.
Por Marlon Anezi
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