Amigos,
Sabe aquela sensação de abrir o coração, de compartilhar algo que para você é precioso e verdadeiro, e ser recebido com um olhar vago, com indiferença ou até com hostilidade? A sensação de estar, literalmente, falando para as paredes.
Quando isso acontece, especialmente ao falarmos da nossa fé, a primeira reação é a dúvida. “Será que eu falei do jeito errado? Será que o problema sou eu? Será que essa mensagem não tem mais lugar no mundo de hoje?”
É uma experiência que pode nos deixar frustrados e desanimados. E é para esse sentimento que o apóstolo João, em uma de suas cartas, nos oferece uma perspectiva libertadora, que tira o peso dos nossos ombros e o coloca no lugar certo. Ele diz:
“Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não vem de Deus não nos ouve.” (1 João 4.6)
João nos ensina que, no fundo, existem duas “sintonias” espirituais no mundo.
A primeira é a sintonia de Deus. Quem é “de Deus”, ou seja, quem tem o coração já tocado e aberto pelo Espírito Santo, consegue ouvir e reconhecer a voz do Pastor. Como Jesus mesmo disse, “as minhas ovelhas ouvem a minha voz” (João 10.27). Existe uma afinidade natural, um reconhecimento entre a Palavra de Deus e o povo de Deus.
A segunda é a sintonia do mundo. Quem não está nessa sintonia, quem está com o coração fechado para as coisas do Espírito, simplesmente não consegue nos ouvir. Para eles, a mensagem do Evangelho soa como um ruído estranho, uma interferência, uma loucura.
O apóstolo Paulo, conversando com seu discípulo Timóteo, previu que chegaria um tempo — e eu creio que vivemos plenamente nele — em que as pessoas teriam “coceira nos ouvidos”. Ou seja, elas não buscariam mais a verdade que confronta e transforma, mas juntariam para si mestres que falassem apenas o que elas já queriam ouvir, massageando seus egos e confirmando seus próprios desejos (2 Timóteo 4.3-4).
Entender isso não nos torna arrogantes, como se fôssemos donos da verdade. Pelo contrário, nos torna fiéis e livres.
Livres do medo de anunciar a Palavra de Deus, pois sabemos que não falamos por nós mesmos, mas pelo “Espírito da verdade”.
E, principalmente, livres do peso de ter que “convencer” todo mundo. Nosso trabalho não é abrir os ouvidos das pessoas. Isso é obra soberana do Espírito Santo. Nosso trabalho é simplesmente ser a voz fiel do Pastor, semeando a Palavra com amor e confiança.
Então, da próxima vez que você sentir que está falando para as paredes, lembre-se disto: o problema pode não ser a sua voz, nem a semente que você está lançando. O problema pode ser o solo, endurecido pelo pensamento dominante deste mundo.
Continue a falar a verdade em amor. Para alguns, soará como ruído. Mas para uma ovelha perdida que está com o coração sedento, a sua voz pode ser o som de casa, a voz do Pastor que ela tanto esperava ouvir para encontrar o caminho de volta.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te trouxe consolo e coragem, salve-a. E me conte nos comentários: como você lida com a frustração de não ser ouvido ao compartilhar algo importante da sua fé?
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