Amigos,
Outro dia, eu estava fazendo uma daquelas tarefas que a gente cumpre no piloto automático: lavar a louça. E, no meio da espuma e do barulho da água, me veio um pensamento: qual é o verdadeiro valor disso? Quantas horas da nossa vida nós passamos em atividades ordinárias, repetitivas, que parecem não ter nenhum significado maior?
Lembrei-me do sábio de Eclesiastes, com sua honestidade brutal, que nos diz: “Tudo o que você tiver de fazer faça o melhor que puder, pois no mundo dos mortos... não se faz nada” (Eclesiastes 9.10). É um chamado poderoso à ação: a vida é curta, então faça bem feito.
Pensei também em uma expressão japonesa que admiro, ganbatte, que significa fazer o melhor possível com as condições que se tem. É uma filosofia de coragem e perseverança, de dar o seu máximo.
Essas duas ideias são nobres. Mas o apóstolo Paulo, em sua carta aos Colossenses, nos oferece algo que muda o jogo completamente. Ele eleva nossa perspectiva e transforma o ordinário em sagrado. Ele escreve:
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens... É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Colossenses 3.23-24)
Percebe a virada de chave? A pergunta deixa de ser apenas “estou fazendo o meu melhor?” e passa a ser “para quem estou fazendo isso?”.
E essa verdade tem o poder de redimir as tarefas mais enfadonhas. A louça na pia deixa de ser apenas uma obrigação. Ela se torna uma oportunidade de servir minha família com um coração grato e, ao fazer isso, de servir ao próprio Cristo. O trabalho estressante, a troca de fraldas no meio da noite, a paciência no trânsito, a arrumação da casa... tudo, absolutamente tudo, pode se tornar um ato de adoração.
Mas isso também nos leva a uma pergunta desconfortável que precisamos fazer a nós mesmos, com o coração aberto:
Qual é a nossa real motivação ao dar o nosso melhor?
Estamos nos esforçando para competir com os outros? Para provar nosso valor? Para construir uma imagem de superioridade e eficiência? Ou estamos, de fato, buscando glorificar a Jesus, servir ao nosso próximo e promover o Reino de Deus com nossos pequenos atos de fidelidade?
A boa notícia é que não precisamos gerar essa motivação sozinhos. A beleza do Evangelho é que, quando nos rendemos a Cristo, o Espírito Santo começa a reorientar os desejos do nosso coração. Ele nos move do serviço por auto glorificação para o serviço por gratidão.
Que possamos, então, estar prontos para dar o nosso melhor, não para impressionar o mundo, mas para honrar o Senhor que nos deu a própria vida. Seja em uma palestra importante ou ao varrer o chão da cozinha, que tudo seja feito “de todo o coração, como para o Senhor”.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te ajudou, salve-a como um lembrete para a sua semana. E eu te convido a pensar: qual tarefa ordinária na sua rotina de hoje você pode transformar em um ato de serviço “como para o Senhor”?
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