Assisti a um filme, alguns anos atrás, que não saiu da minha cabeça. A história se passa na Segunda Guerra Mundial, onde três homens, após um acidente de avião, se veem perdidos em um pequeno bote no meio do vasto Oceano Pacífico. Por 34 longos dias, eles lutam contra a fome, a sede, o sol escaldante e o desespero, à deriva, esperando por um resgate que parece nunca chegar.
E enquanto assistia à agonia deles, eu pensava: quantas vezes nós não nos sentimos exatamente assim?
Talvez você não esteja perdido em um oceano literal, mas saiba o que é estar perdido na vida. Talvez você conheça a sensação de estar à deriva, sem uma direção clara, lutando com as próprias forças para manter a cabeça fora d’água, sem saber por quanto tempo a tempestade vai durar.
É para o coração que se sente assim — perdido, cansado, esquecido — que o Evangelho sussurra a sua notícia mais revolucionária. A de que existe um Deus que é especialista em encontrar os perdidos.
Em um dos momentos mais lindos de seu ministério, Jesus resume toda a sua missão em uma única frase:
“Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lucas 19.10)
Perceba a beleza disso. Jesus não diz que veio para acolher os que O encontrassem. Ele diz que veio para buscar. A iniciativa é d’Ele. Ele é o Deus que deixa as noventa e nove ovelhas seguras no aprisco para ir atrás daquela uma que se perdeu. Ele é o Resgatador que navega pelas águas turbulentas da nossa vida, procurando pelo nosso pequeno bote.
E o modo como Ele trata os perdidos é completamente diferente do mundo.
O mundo julga, aponta o dedo, joga pedras. Ele se lembra dos seus erros e, muitas vezes, te nega a dignidade. Talvez você saiba como é isso. Carregar o peso de falhas passadas, receber olhares de desconfiança, sentir que seu valor foi manchado.
Jesus, não. Onde o mundo atira uma pedra, Ele estende a mão. Onde o mundo te vira as costas, Ele se aproxima. Onde o mundo te rouba a dignidade, Ele a devolve, lavada e restaurada. Ele andava com os renegados, comia com os pecadores e tocava nos impuros, porque Ele via neles não um rótulo, mas uma alma sedenta.
Diante de um amor assim, que não se pode comprar, merecer ou entender completamente, o que nos resta fazer?
A história de Zaqueu nos dá a resposta. Zaqueu, o homem rico e desprezado, subiu em uma árvore apenas para ver Jesus passar. Ele não tinha um plano, apenas uma curiosidade. Mas Jesus para, olha para cima — para o lugar exato onde o perdido estava escondido — e o chama pelo nome, convidando-se para sua casa.
A única coisa que Zaqueu precisou fazer foi descer e recebê-lo com alegria.
Esse convite de Jesus continua ecoando hoje. Ele ainda está à procura daquele que se sente cego em meio à vida e precisa enxergar. Daquele que se sente sem rumo e precisa de um guia. Daquele que cometeu falhas e anseia por um recomeço.
Se você se sente perdido, saiba que o Resgatador está te procurando. Ele te conhece pelo nome. E Ele só espera um coração aberto para poder entrar e fazer morada.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se você se sente perdido hoje, saiba que o Resgatador está à sua procura. E eu adoraria ler nos comentários: como você experimentou Jesus te encontrando em um momento em que se sentia à deriva?
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