Sabe aquela sensação que aperta o peito? Aquele nó na garganta que vem com a preocupação? A ansiedade que rouba o sono e, às vezes, até o apetite? Quem de nós nunca sentiu o peso da aflição?
Se formos honestos, o mundo em que vivemos é um terreno fértil para esse sentimento. Como disse, certa vez, o filósofo Schopenhauer, “viver é sofrer”. Estamos expostos a perigos, a doenças, a um mundo que muitas vezes nos julga pelo que não fizemos, em vez de nos aplaudir pelo que tentamos fazer. Um mundo que prefere substituir o que está quebrado a ter o trabalho de consertar. É uma realidade que pode facilmente nos deixar tristes, desanimados e até envergonhados por tentarmos viver de acordo com valores mais profundos.
E é nesse cenário, para corações como os nossos, que encontramos uma instrução surpreendente e profundamente consoladora na Palavra de Deus. O salmista ora:
“Não fique envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.” (Salmo 74.21)
Percebe a beleza disso? A primeira instrução de Deus para quem está sofrendo não é “seja forte” ou “pare de se sentir assim”. É, antes de tudo, “não se envergonhe”. Deus valida a nossa dor. Ele nos vê. E, em seguida, Ele nos oferece o antídoto: louvem o Teu nome.
Mas o que significa “louvar” quando o coração está pesado?
Não se trata de colocar uma máscara de felicidade ou cantar canções alegres quando temos vontade de chorar. Louvar, no sentido mais profundo, é um ato de reorientação.
É tirar os olhos do tamanho da nossa aflição e colocá-los, pela fé, no tamanho do nosso Deus. É escolher, deliberadamente, lembrar quem Ele é — bom, fiel, soberano e presente — mesmo quando as circunstâncias gritam o contrário. É se conectar, ainda que com um fio de esperança, à fonte de toda a paz.
E quando fazemos esse movimento, algo milagroso acontece. O louvor e a gratidão abrem espaço em nosso ser. E nesse espaço, a paz de Deus, que excede todo entendimento, começa a entrar e a tomar o lugar que antes era ocupado pela aflição.
O problema pode não desaparecer instantaneamente, mas a atmosfera do nosso coração muda. A paz de Deus nos renova e nos dá forças para continuar a caminhada.
Isso não é uma fórmula mágica, mas um exercício diário de fé. Que o bom Deus, todos os dias, nos ajude a fazer essa troca: a entregar a Ele o peso da nossa aflição e a receber, em seu lugar, o dom do Seu louvor e da Sua paz.
Que Ele mesmo substitua a nossa aflição por louvor, hoje e sempre. Amém.
Com carinho,
Marlon Anezi
Se esta reflexão te trouxe um pouco de consolo, salve-a. E me conte nos comentários: qual louvor ou verdade sobre Deus tem te ajudado a encontrar paz em meio às suas aflições?
Comentários
Postar um comentário