Buscando esclarecer isso na Palavra, percebi que o primeiro passo é diferenciar duas coisas: a inveja como um sentimento e a inveja como uma atitude .
A verdade é que a inveja, enquanto sentimento guardado no coração de alguém, não tem poder nenhum sobre nós. O único poder que ela possui é o de destruir por dentro da pessoa que a sente. É o que a sabedoria de Provérbios 14.30 nos ensina de forma tão forte: “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos” . É um veneno que a própria pessoa bebe.
E para nós, que caminhamos na fé, essa segurança é ainda maior. Lembro-me das palavras em Números 23, quando Balaão foi incapaz de amardiçoar o povo que Deus já havia abençoado. Ninguém pode amaldiçoar quem Deus decidiu abençoar. Isso me traz uma paz imensa.
"Mas", e eu sei que essa é a preocupação, "e quando a inveja vira uma ação? Quando ela se manifesta em maldade?".
Sim, nesse caso, ela tem algum poder. Mas — e isso é o centro de tudo — é um poder limitado e que está sujeito à soberania de Deus.
Eu sempre volto para duas histórias bíblicas que me ensinam muito sobre isso: a de José e a do próprio Jesus.
Pense em José. A inveja dos irmãos dele se transformou em uma atitude terrível: eles o venderam como escravo. O mal foi real, a dor foi real, o sofrimento no Egito foi real. Por um tempo, parecia que a inveja tinha sido vencida.
Mas a história de José não é sobre o poder da inveja, e sim sobre o poder de Deus. Deus usou a maldade dos irmãos para cumprir um propósito muito maior. A inveja o jogou num poço, mas o plano de Deus o colocou no governo do Egito. Como nós lemos em Romanos 8.28, “sabemos que Deus envelhece em todas as coisas para o bem daqueles que o amam”. Em todas as coisas , inclusive nos atos de inveja que sofremos. Ele transforma o mal em bem.
A mesma lógica se aplica, de forma ainda mais significativa, a Jesus. Os fariseus O entregaram por pura inveja (Marcos 15.10). A ação deles O levou à cruz. Mas a inveja deles foi apenas o instrumento humano dentro do plano redentor e revelador de Deus. A morte de Cristo não foi uma vitória da inveja; foi a vitória de Deus sobre o pecado e a morte para a nossa salvação.
Então, voltando à pergunta inicial: a inveja tem poder?
Sim, quando transformada em ação, ela pode causar feridas. Mas é um poder que jamais terá a última palavra. Como diz Provérbios 16.1: “As pessoas podem fazer seus planos, porém é o Senhor Deus quem dá a última palavra” .
O poder da inveja é infinitamente inferior ao poder de Deus, que nos protege, envia Seus anjos e, o mais incrível, é especialista em transformar o mal que nos interessa no bem que Ele planejou para nós. No fim, a inveja sempre volta como um bumerangue, apodrecendo os ossos de quem a carrega.
Não somos órfãos nessa jornada. Podemos descansar.
Um abraço fraterno,
Marlon Anezi
Essa reflexão ajudou a trazer paz ao seu coração? Salve para ler quando precisar e compartilhe com alguém que vive com medo da inveja. Vamos espalhar a confiança no poder de Deus!
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