No final de suas cartas, o apóstolo Paulo costuma mandar saudações. E, no meio de uma delas, há uma frase que, para mim, é como uma janela para outro mundo. Ele diz: “Áquila e Priscila os saúdam afetuosamente no Senhor, e também a igreja que se reúne na casa deles.” (1 Coríntios 16.19) Eu fecho os olhos e tento imaginar a cena. Não há um templo imponente. Não há sistema de som, nem CNPJ, nem cadeiras estofadas. Há uma sala de estar, talvez um pouco apertada, cheia de gente comum: artesãos, escravos, donas de casa. Pessoas que se reúnem sob o risco de perseguição para partir o pão, para orar, para cantar e para se encorajarem na fé. A igreja ali não era um evento para se assistir; era uma família da qual se fazia parte. Por quase trezentos anos, foi assim que o cristianismo se espalhou pelo mundo: de casa em casa, de coração em coração. Mas, no século IV, tudo mudou. Com a conversão do Imperador Constantino, a Igreja saiu das sombras e entrou nos palácios. Ela ganhou poder, riqueza, ...
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