Marlon Anezi

Vou ser sincero com você: tem dias em que o cansaço parece vencer. E não estou falando apenas daquele cansaço físico, de um dia longo de trabalho. Falo de um peso diferente, aquele que se instala na alma. Uma exaustão que vem das preocupações, das notícias ruins, das lutas que ninguém vê. Eu percebi que o meu cansaço mais intenso raramente vem do corpo. Ele vem da mente sobrecarregada, do espírito abatido. É o cansaço de tentar ser forte o tempo todo, de carregar o peso das expectativas e de lidar com as incertezas da vida. Talvez você saiba exatamente do que estou falando. E é justamente nesses dias que uma passagem de Isaías me confronta de um jeito quase desconcertante: “Os que confiam no Senhor recebem sempre novas forças. [...] Correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.” (Isaías 40.31) Quando leio isso, uma parte de mim pensa: "Como assim, Isaías?" Correr e não se cansar? Andar e não perder as forças? Isso soa como uma realidade de outro mundo, completamente ...

Por muito tempo, a Páscoa foi, para mim, uma data marcada por uma certa repetição. A gente sabe a história, canta as músicas, celebra a ressurreição... mas nem sempre a gente compreende a mensagem dela em meio à nossa liturgia diária. Há uns nove anos, porém, algo mudou. Fui convidado para pregar no domingo de Páscoa e, enquanto eu orava e pensava sobre o que falar, Deus começou a me mostrar a jornada de Cristo de uma forma que eu nunca tinha percebido. Foi como se um véu tivesse sido tirado, e eu enxerguei não apenas um calendário de eventos, mas um mapa para a nossa própria vida espiritual. Desde então, eu carrego essa reflexão comigo. Tudo começa na quinta-feira, o dia da angústia . Eu fico imaginando o peso no coração de Jesus. No Getsêmani, Ele não estava apenas triste; Ele estava angustiado, sabendo exatamente o que viria pela frente: a traição, o abandono dos amigos, a dor física e, pior de tudo, o peso do pecado do mundo sobre Seus ombros. A humanidade d'Ele clamou. Ele, qu...